Em uma sinalização à ala de aliados ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deve anunciar, nesta quinta-feira, 6, um programa de ampliação das escolas cívico-militares no Estado. O anúncio de envio da lei complementar sobre o assunto à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) deve ser feito às 13h, durante a “instalação da Frente Parlamentar Mista em defesa das escolas cívico-militares", evento que acontecerá na Câmara dos Deputados, em Brasília, e contará com a presença de Tarcísio. O encontro também terá a presença de Bolsonaro.
Segundo fontes do Palácio dos Bandeirantes, a ideia do chamado "Programa Escola Cívico-Militar" é que tanto escolas já existentes como novas unidades escolares possam implementar o projeto — no caso das já existentes, ocorre a mudança do modelo "tradicional" para o cívico-militar. Além de escolas estaduais, colégios municipais também poderão aderir ao programa. O governo de São Paulo também vai promover consultas públicas para que a comunidade escolar aprove o projeto. Para a seleção das unidades que farão parte do programa, deverão ser considerados, ainda, alguns critérios, como índices de vulnerabilidade social; e de fluxo e rendimento escolar inferiores à média do Estado.
Atualmente, São Paulo tem apenas uma escola estadual do tipo, em Guarujá, no litoral sul. A implementação das novas escolas cívico-militares ficará por conta de uma parceria entre as secretarias de Educação e da Segurança Publica — a ultima, responsável por promover as atividades complementares e extra-curriculares.
Relembre o caso
O envio de um projeto sobre o assunto à Alesp já era previsto desde julho, quando o Ministério da Educação encerrou o programa de escolas cívico-militares e nível federal. Na época, Tarcísio rebateu, dizendo que ampliaria o modelo no Estado, mas a discussão não tinha avançado. Na ultima segunda-feira, 4, no entanto, o governador prometeu a um grupo de deputados estaduais aliados, que tem se posicionado de forma crítica e contrária ao governador em alguns assuntos, que mandaria o projeto para a Casa. Essa foi uma forma de acalmar os ânimos e acertar a relação com os parlamentares às vésperas da votação que decide a privatização da Sabesp.
Fonte: Jovem Pan