O programa JP Ponto Final, comandado por Claudio Dantas, diretor de jornalismo da Jovem Pan em Brasília, debateu neste sábado, 2, sobre as eleições presidenciais da Argentina, que, no segundo turno, realizado em 19 de novembro deste ano, Javier Milei, do partido conservador La Libertad Avanza, venceu a disputa com 55,69% dos votos, enquanto Sérgio Massa, do partido com tendência progressista Unión por la Patria, ficou com 44,30% dos votos. Os entrevistados desta edição foram o deputado federal, Marcel Van Hattem (Novo-RS) e o consultor da campanha do presidente eleito na Argentina, Pablo Nobel, que também foi o responsável pela campanha de outras autoridades, como o do atual presidente da Argentina, Alberto Fernández, do partido Unión por la Patria.
Nobel destacou a "campanha do medo", que apontava a narrativa de Milei ser um grande risco para o cargo, realizada pela oposição, estava dando resultados negativos para o candidato e a estratégia de campanha escolhida foi não responder com o mesmo tom. "Em uma situação dessas, não se responde medo com mais medo, se responde medo com esperança e trouxemos a experiência do outro lado, que foi com o Lula, em 2002, onde a esperança vence o medo e eles se empolgam com isso, compram essa ideia", disse o publicitário. Entre os pontos principais para a virada de Milei no 2° turno, segundo os analistas, foi a humanização do candidato, que passou a utilizar a palavra democracia em suas falas. Pablo citou que a partir do debate, os eleitores passaram a enxergar o libertário com autenticidade. "No debate a gente entendeu que viu uma surra do candidato Sérgio Massa ao candidato Javier Milei, vimos de um lado um candidato preparado, profissional, um animal político com as frases prontas, com apetite para cima do adversário e do outro lado vimos um Javier Milei mais autêntico, menos preparado, mais vulnerável do que a gente imaginava", iniciou Pablo. "A nossa interpretação é que o eleitor passou a olhar um momento quase de bullying desse candidato político contra um não político e aí passa a olhar para o Milei como vítima desse processo", finalizou o consultor.
Segundo Van Hattem, a estratégia de marketing das eleições presidenciais da Argentina se equiparam às eleições presidenciais brasileiras em 2022. "A gente vê muita similaridade na estratégia de marketing do Massa, até porque muitos marqueteiros do PT foram para Buenos Aires auxiliar na reta final ainda no 1° turno, o próprio rosto do Bolsonaro foi transfigurado no rosto do Javier Milei em uma peça publicitária que eu vi no dia da eleição no 1° turno, quando estava na Argentina, tentando vincular ambos de uma forma tão intrínseca de maneira a gerar esse medo de que a candidatura de Milei fosse o mesmo que uma candidatura de Bolsonaro para quem o rejeitava na Argentina", disse o deputado.
Confira abaixo a íntegra do Programa Ponto Final:
Fonte: Jovem Pan