Oito ex-dirigentes defendem que a pesquisa seja realizada para evitar que "país fique às cegas" Oito ex-presidentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), incluindo Edmar Bacha e Eduardo Nunes, assinaram um manifesto nesta segunda-feira pedindo a manutenção dos recursos para garantir a realização do Censo Demográfico em 2021. O parecer final do relator do Orçamento 2021, senador Márcio Bittar (MDB-AC), prevê um valor de R$ 240 milhões, o que representa uma redução de R$ 1,7 bilhão frente ao orçamento de R$ 2 bilhões enviado ao Congresso Nacional em agosto de 2020. O texto afirma que o Censo está sob ameaça no Congresso, diante da alteração da proposta, e pede que os senadores e deputados da Comissão Mista do Orçamento “preservem os recursos do censo e não deixem o país às cegas”. “Nosso último censo ocorreu em 2010, e, sem ele, o Brasil se junta ao Haiti, Afeganistão, Congo, Líbia e outros estados falidos ou em guerra que estão há mais de 11 anos sem informação estatística adequada para apoiar suas políticas econômicas e sociais”, aponta o documento, assinado por Edmar Bacha, Eduardo Nunes, Eduardo Augusto Guimarães, Edson Nunes, Eurico Borba, Sérgio Besserman, Simon Schwartzman e Silvio Minciotti. O texto destaca que os dados do Censo são a base para a transferência dos recursos do Fundo de Participação de Estados e Municípios, para a administração do Bolsa Família e para todas as políticas de educação, saúde e transferência de renda do governo federal, estados e municípios. Além disso, complementa que o Censo traz confiabilidade para as pesquisas amostrais de emprego, saúde e educação do IBGE e de outras entidades públicas e privadas. “A expectativa é que, em agosto, o Brasil já tenha saído ou esteja saindo da epidemia da covid, e o IBGE vem se preparando para realizar o trabalho fazendo uso de protocolos estritos de proteção sanitária de entrevistadores e entrevistados”, aponta o documento assinado pelos ex-presidentes do IBGE.
Fonte: Valor Invest
