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Alagoas

Governador diz que militares que impediram prisão do irmão do prefeito JHC e "sequestraram" noiva do acusado, serão presos

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A corregedoria da Polícia Militar já está investigando a participação de pelo menos três oficiais da corporação numa possível "cobertura" a um homem suspeito de violência doméstica. Os militares são suspeitos de intimidarem a vítima e mudarem a cena do crime.

O caso envolve o irmão do prefeito de Maceió, o dentista João Antônio Holanda Caldas, o "Dr. JAC" ou "Dr JHC", candidato derrotado a deputado federal nas eleições de 2020, que teria agredido fisicamente na tarde do último sábado, dia 18, a noiva, a cirurgiã-dentista Isadora Martins, dentro do apartamento alugado pelo casal, no oitavo andar do Residencial Good Life/Torre Azul, apartamento 811, no bairro da Jatiúca, em Maceió.

Após ser impedida de sair do apartamento pelo irmão do prefeito JHC, Isadora, que tinha viagem marcada para Goiás, sua terra natal, foi agredida pelo noivo com socos e empurrões. Nervosa, a profissional ligou para o Copom, pedindo por socorro, sendo acolhida instantes após por uma guarnição da PM.

Porém, antes da chegada dos policiais, o irmão do prefeito teria ligado para a mãe, a suplente do senador Rodrigo Cunha, Eudócia Caldas que ligou para o outro filho, o prefeito, o qual determinou que oficiais da Polícia Militar que prestam serviço a assessoria militar da Prefeitura fossem para a casa do irmão e impedissem que os militares que estavam lá para prender "Dr. JAC" ou "Dr JHC" e socorrer Isadora fizessem o trabalho. Foram mais de duas horas de negociação para os policiais cumprirem o dever, sendo necessário que um deles ligasse para o oficial de dia e relatasse que os oficiais da assessoria da prefeitura estavam os impedindo de trabalhar.

Amigas de Isadora revelaram, sob a condição de terem seus nomes preservados, que ela e o noivo viviam brigando constantemente. As afirmações são as mesmas de vizinhos do casal, que confirmaram que em um dos episódios o irmão do prefeito, após gritar com Isadora jogou seu celular pela janela.

Moradores do prédio também confirmaram que no sábado, quando aconteceu a agressão, a mãe do prefeito exigiu gelo, aerossol e tranquilizantes, além de uma profissional especialista em maquiagens. Suspeita-se que os medicamentos e o gelo foram usados nos hematomas provocados pela agressão e a profissional foi chamada para fazer uma nova maquiagem em Isadora, a fim dela chegar na Central de Flagrantes sem chamar a atenção dos policiais.

Na delegacia, ela, que demonstrava estar "aérea", negou as agressões, conforme o Boletim de Ocorrência número 00148827/2023. O irmão do prefeito chegou tempos após, sendo recebido pelo delegado Oldenberg Paranhos, pai da vice-prefeita da cidade de Atalaia, Camila Brasil, que é pré-candidata à prefeita, com apoio de JHC e do deputado federal e presidente da Câmara Federal Arthur Lira. Oldenberg, que não estava de serviço, de forma reservada, orientou o irmão do prefeito de Maceió para seu depoimento, tomado pelo delegado de plantão Antônio Henrique Pinto de Farias. "Dr JHC" negou a acusação de violência doméstica. Chama a atenção o fato do depoimento do suspeito aconteceu na presença do delegado Oldenberg Paranhos.

Nesta segunda-feira, dia 20, postagens divulgadas em grupos de aplicativos e páginas de redes sociais divulgavam um texto supostamente de autoria da dentista Isadora Martins. O texto dizia que ela não havia sido agredida e que irmão do prefeito de Maceió "nunca" tinha sido detido ou preso e que o casal estava "bem", alertando que toda a especulação do caso envolvendo violência doméstica era fake news. Porém, no Instagram de Isadora o texto nunca foi publicado, levantando-se duvidas que a divulgação foi mais uma tentativa de diminuir o impacto da notícia envolvendo um crime previsto na Lei Maria da Penha e que o irmão do prefeito, candidato a reeleição, de Maceió.

Em entrevista nesta terça-feira, dia 21, o governador Paulo Dantas (MDB) falou que a Corregedoria da PM deve prender pelo menos dois dos oficiais que teriam intervindo na ocorrência de violência doméstica envolvendo o irmão do prefeito de Maceió, JHC.

Paulo Dantas também revelou que um terceiro militar também deverá ser preso porque teria "sequestrado" a vítima e passado duas horas com ela dentro de um carro, possivelmente, lhe ameaçando, exigindo que Isadora negasse as agressões. Paulo Dantas destacou que o Poder Executivo não admite nenhuma interferência nas ações da Segurança Pública e que não admite "marmanjo bater em mulher" e que, se isso acontecer, será preso e devidamente punido.

"A Corregedoria da PM já está tomando as providências e já determinou a prisão dos PMs que estavam no momento", frisou o governador.

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