A principal testemunha ocular do feminicídio contra Carla Janiere da Silva Barros, de apenas 24 anos, cobrou justiça pela morte da amiga e disse temer pela própria vida, caso o homem saia da prisão. O assassinato ocorreu dentro da loja de Janiere, em Murici, nesta terça-feira (14).
O suspeito do crime é o marido de Carla Janiere, Jeferson Marcos Timóteo da Silva. Ele foi preso em flagrante minutos após atirar contra a própria companheira.
Ainda antes de cometer o crime, a amiga de Janiere, identificada apenas como Débora, gravou uma discussão acalorada entre os dois. No vídeo, a amiga de Janiere afirma que ele agrediu a mulher e pediu para ele parar com as agressões.
As imagens mostram ainda que o homem danificou o balcão da loja. Ele ainda ameaçou matar Carla, ao dizer que ela não iria precisar de advogados.
As imagens gravadas por Débora denotam que a mulher vivia um relacionamento abusivo com o homem, situação que foi confirmada pela família.
A Polícia Civil aponta a amiga como principal testemunha ocular. De acordo com o delegado Fernando Lustosa, que efetuou a prisão em flagrante de Jeferson, Débora prestou depoimento e disse que estava na porta da loja de Carla, quando ele atirou contra a amiga.
"Ela viu o feminicídio na porta da loja e depois do primeiro tiro que atingiu a vítima, ela correu em direção a uma padaria próxima", afirmou o delegado.
Uma funcionária de uma loja na mesma rua disse à imprensa que viu quando Débora correu pela rua, pedindo ajuda.
Jeferson está preso preventivamente. Ele será transferido da Delegacia de Viçosa para o sistema prisional. Débora pediu Justiça pela morte da amiga.
"Eu já chorei tanto que não tenho mais lágrimas. Eu só quero que a Justiça seja feita, porque o meu maior medo é ele sair e fazer alguma coisa comigo", afirmou.
Ela ainda desabafou, dizendo que não consegue parar de pensar no ocorrido.
"Eu acho que a ficha nunca vai cair para mim. Desde o acontecido que eu não paro de me tremer. Não paro de pensar na cara dele de psicopata", declarou.