Anualmente, no mês de novembro, o comércio aposta nas promoções da Black Friday para gerar um aumento nas vendas e na arrecadação. E, de acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), obtida em primeira mão pela Jovem Pan, cerca de 38,2% dos entrevistados pretendem aproveitar as ofertas a partir 24 de novembro no Brasil. Além disso, 26,1% estão indecisos, enquanto 35,7% não têm intenção de consumir. Entre aqueles que planejam fazer compras durante a data, 45,3% pretendem gastar mais do que em 2022. A maior parte dos consumidores (57,5%) estima gastar mais de R$ 400 no período. Já 23,1% desejam diminuir o valor gasto nas compras. Especialista em comércio exterior e diretor da AGL Cargo, Jackson Campos avalia que a Black Friday é responsável por grande volume de vendas no varejo. Ele cita que as vendas deste ano devem registrar um crescimento de quase 13% em relação ao ano passado, podendo chegar a quase R$ 7 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
Campos ainda releva que as gigantes chinesas que já aderiram ao Remessa Conforme serão as grandes responsáveis pelo aumento de vendas durante a Black Friday 2023. “O consumidor brasileiro gosta de comprar em sites internacionais por conta da variedade dos produtos, da comodidade de não enfrentar filas nas liquidações e por conta do preço acessível. Com a publicidade da isenção de imposto de importação no Programa Remessa Conforme amplamente difundida na mídia, quem pretende aproveitar as promoções da Black Friday vai optar por empresas que tenham aderido ao programa. Vale lembrar que o ICMS continua sendo aplicado, só que agora no momento da compra”, explica.
O levantamento da ACSP também revela que as motivações de compras estão ligadas ao desejo de aproveitar as grandes promoções e descontos oferecidos, adquirir itens que estejam precisando e antecipar compras para o Natal. O economista do Instituto Gastão Vidigal da ACSP (IGV/ACSP), Ulisses Ruiz de Gamboa, avalia que o aumento do número de entrevistados com intenção de gastar mais durante a Black Friday pode ser explicado pelo avanço da ocupação dos trabalhadores e da renda e pela maior confiança do consumidor. Entre os itens mais buscados estão roupas, calçados e acessórios (37,0%), celular (26,9%), perfume (21,4%), móveis e artigos para o lar (21,2%), computador, notebook e tablet (16,9%), televisor (17,4%) e artigos de linha branca (39,6%).
A Circana, empresa global de data tech para análise do comportamento de consumo, também estima que as vendas online de brinquedos devem aumentar cerca 28%. Os mais procurados durante o período devem ser brinquedos externos e esportivos, blocos de construção, bonecas e jogos e quebra-cabeças. A companhia também revela que a Black Friday é uma das mais importantes datas para o setor de beleza premium no Brasil. Dados mostram que novembro de 2022 foi o segundo mês do ano com mais vendas no segmento. Cerca de 14% de todas as vendas do ano foram realizadas no período. A categoria "fragrâncias femininas" foi a mais vendida dentro do e-commerce em novembro de 2022 e cresceu 41% em relação ao mesmo período de 2021. A segunda mais vendida foi a categoria de "maquiagem", com um crescimento de 26%, seguida por "fragrâncias masculinas", que registrou um aumento de 23% nas vendas.
Para quem deseja aproveitar o período, o especialista em direito do consumidor Max Kolbe recomenda que os compradores redobrem a atenção na hora de realizar uma compra. “Para não cair em golpe, é absolutamente importante conferir se a empresa que está oferecendo determinado produto possui uma boa avaliação, se existe alguma loja física, se é uma empresa de confiança e se já realizou outros negócios com aquela empresa. O segundo ponto é observar se o produto oferecido é original. É muito comum nesse período várias empresas ou mesmo fraudadores tentarem induzir o consumidor ao erro por meio de uma publicidade enganosa, seja a respeito da natureza, característica, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço, de produtos e serviços”, indica.
O advogado também recomenda fazer uma análise prévia de preços para analisar se realmente o produto tem desconto. Ele ainda recomenda não comprar fora de estabelecimentos de confiança e ter cuidado com redes sociais. “Muitas vezes, elas te direcionam para um link que não é da empresa. A imagem que aparece no seu celular faz com que você acredite que foi redirecionado a um site conhecido de produtos, mas na realidade, não foi. Também dê sempre preferência para aqueles cartões onlines que você consegue o número por meio do seu aplicativo bancário”, finaliza.
Fonte: Jovem Pan