Após passar por comissões, o texto da reforma tributária foi aprovado no Senado Federal na última quarta-feira, 8. A proposta foi aprovada em dois turnos, com placar de 53 votos favoráveis e 24 contrários nas duas votações. Com isso, o texto com relatoria de Eduardo Braga volta a Câmara dos Deputados, onde deverá ser votado novamente. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan News, o ex-governador do Estado de São Paulo, João Doria, analisou a aprovação da reforma, dizendo que o texto aprovado não é o ideal, mas que é melhor do que a situação atual. "De fato, longe de ser a reforma tributária ideal, mas a possível. Porém, a possível é melhor do que a situação atual. A reforma possível, essa que foi aprovada em dois turnos no Senado e agora volta para a Câmara Federal, ela melhora as condições de equidade fiscal, vai melhorar as condições também para o setor privado como um todo, micro, pequeno, médio, grande, empresário e para a população de forma geral. […] Óbvio que há setores mais bem impactados, outros menos e há setores que se sentem prejudicados. Faz parte do jogo, mas eu repito, é uma reforma contributiva", disse o ex-governador.
"Ela sendo possível, ela reduz o imbróglio, ela não elimina, mas ela reduz. Então é um passo importante. Ela torna, eu diria, mais amigável à gestão fiscal e mais equânime à gestão. Plenamente, não, volto a dizer, mas repito, ela é muito melhor do que a situação do emaranhado jurídico que nós temos hoje e das perdas que acontecem, principalmente na arrecadação de municípios, estados e do próprio governo federal e da contemplação que sem a reforma, muitos têm para não pagar impostos, enquanto outros pagam e pagam muitos impostos", continuou Doria
O ex-governador também comentou as contestações feitas por governadores do Sul e do Sudeste do país, que alegam que haverá perdas para o Estado, dizendo que isso precisa ser mitigado. "Isso é preciso ser mitigado e eles têm razão, governadores do Sul e do Sudeste, e isso também se reflete nas cidades, tanto nas capitais dos estados do Sul e do Sudeste, como nos demais municípios também. É algo que pode ser ainda mitigado para ser corrigido e ajustado agora, na volta do projeto da reforma tributária na Câmara", disse Doria. "Não há ainda um sinal fechado para que governadores e prefeitos da região Sul e Sudeste possam dialogar e aprimorar certos aspectos que não coloquem em flagrante prejuízo essa região do país, que aliás é responsável por 70% de toda a renda per capita do país. […] Ela não pode ser prejudicada, não é preciso que ela seja beneficiada, mas ela não pode ser flagrantemente prejudicada", finalizou Doria.
Confira a entrevista na íntegra:
*Com informações do repórter Daniel Lian
Fonte: Jovem Pan