Dois dias após Israel impor o cerco total à Faixa de Gaza e cortar o fornecimento de água, gás, comiga e eletricidade, a região ficou sem luz nesta quarta-feira, 11, após a empresa de eletricidade do enclave anunciou que cortaria o fornecimento após Israel ter desconectado o território da sua rede no sábado, mesmo dia em que a guerra começou. O ministro de Energia da Palestina, Thafer Melhem, à rádio Voz da Palestina, informou que a distribuição de energia à população começou a ser prejudicada quando Israel cortou o fornecimento, como parte do que chamou de "cerco total" em resposta ao conflito. A central de Gaza tinha apenas 40 megawatts disponíveis, quando a demanda média das últimas 12 horas foi de 560 megawatts, com um déficit elétrico de 92%, segundo detalhou a empresa. O enclave tem agora apenas 300 mil litros de combustível, o que cobre apenas 10 horas de luz, e que está atualmente reservado até que Israel aceite que o Egito envie combustível através da passagem de Rafah, razão pela qual o corte de energia poderá durar vários dias.
Atualmente, todas as províncias de Gaza têm apenas três horas de energia, seguidas de outras 24 sem eletricidade. Desde o início da guerra, a Faixa sofreu 625 cortes de energia que duraram várias horas. Gaza depende de Israel para o seu fornecimento de eletricidade, bem como para a importação de combustível para alimentar a sua única central, mas desde sábado não recebeu nem uma coisa nem outra. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, também ordenou um "cerco total" a Gaza no domingo, sem entrada de combustível, alimentos, eletricidade ou medicamentos, ou mesmo ajuda humanitária; e ontem indicou que Israel estava iniciando uma "ofensiva completa" contra a Faixa, onde os bombardeios indiscriminados não cessaram.
O corte de energia agrava ainda mais a crise humanitária em Gaza e deixa os hospitais do enclave, já sobrecarregados, à beira do colapso. O Hamas lançou no sábado um ataque surpresa por terra, mar e ar contra Israel, que declarou guerra às milícias de Gaza. Esta nova guerra deixou mais de 1.200 mortos e mais de 3.000 feridos em Israel; enquanto os ataques aéreos retaliatórios da aviação israelense custaram pelo menos 1.055 vidas e deixaram 5.184 feridos em Gaza.hama. A ONU (Organização das Nações Unidas) repudiou a decisão de Israel de impor um cerco total à Gaza e disse que a medida é “proibido” pelo direito internacional humanitário e que essa ação põem em perigo a vida de civis, privando-os de bens essenciais à sua sobrevivência, é proibida pelo direito internacional humanitário.
Fonte: Jovem Pan