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Decisão do Brics de admitir novos membros chama atenção para mudanças significativas na ordem mundial

Após dos dias de cúpula e muita discussão e negociação, os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), concordaram, nesta quarta-feira, em expandir o grupo.

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Após dos dias de cúpula e muita discussão e negociação, os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), concordaram, nesta quarta-feira, em expandir o grupo. “Concordamos na questão da expansão. Aprovamos um documento que define as diretrizes e os princípios e processos de exame para os países que desejam se tornar membros do Brics”, disse o ministro das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, à rádio pública Ubuntu. O chanceler sul-africano não especificou que países farão parte do bloco nos próximos anos, embora tenha afirmado que serão divulgados mais detalhes até o fim da cúpula, na noite de quinta-feira, 24. Aproximadamente 40 nações, incluindo Irã, Arábia Saudita, Bolívia, Cuba, Honduras, Venezuela, Argélia e Indonésia, que solicitaram a adesão ou manifestaram o desejo de aderir ao bloco criado em 2009, que representa atualmente quase um quarto do PIB e 42% da população mundial. A ampliação do bloco de economias emergentes, paladino dos países do Sul Global, tem gerado grandes expectativas internacionais e poderá levar a mudanças significativas na atual ordem mundial.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que “o interesse de vários países de aderir ao agrupamento é reconhecimento de sua relevância crescente”. A China defende que o bloco deve trabalhar pelo multilateralismo, e não criar pequenos blocos. “Devemos integrar outros países à família”, disse o presidente chinês, Xi Jinping. O Brics busca mais peso nas instituições internacionais, até agora dominadas pelos Estados Unidos e pela Europa; enquanto Pequim busca expandir sua influência na competição com Washington. Paralelamente à cúpula, Lula declarou que deseja que o Brics seja colocado em pé de igualdade com a União Europeia e os Estados Unidos. Os Estados Unidos garantiram ontem que não veem o Bricscomo futuro “rival geopolítico” e que desejam manter suas “relações sólidas” com Brasil, Índia e África do Sul. A agenda da atual cúpula do Brics, que representa 18% do comércio mundial, inclui a busca por alternativas ao dólar em suas transações comerciais.

Lula defendeu ontem a integração da Argentina, país em dificuldades devido a uma dívida de 44 bilhões de dólares (217 bilhões de reais) com o FMI, e defendeu a redução das “vulnerabilidades” dos países do sul global e um “sistema financeiro” próprio. “Precisamos de um sistema financeiro internacional que, ao invés de alimentar as desigualdades, ajude os países de baixa e média renda a implementarem mudanças estruturais”, afirmou, voltando a mencionar a possibilidade de criação de uma moeda específica para transações comerciais e de investimento entre os membros do bloco. O Brics criou o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) em 2015, com a ambição de propor uma alternativa ao Banco Mundial e ao FMI. Sediada em Xangai, a instituição investiu, até agora, 30 bilhões de dólares (148 bilhões de reais) em infraestrutura e projetos de desenvolvimento sustentável nos Estados-membros e nas economias em desenvolvimento.

*Com agências internacionais

 

 

Fonte: Jovem Pan

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