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Polícia

O oficial que mudou a cara do BPTran

Unidade da PM deixa de ser coadjuvante para exercer o protagonismo da estrutura do Copom

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Por muito e muitos anos o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) foi um mero coadjuvante da estrutura do Comando de Operação da Polícia Militar (Copom), sendo conhecido apenas por fiscalizar os procedimentos relativos estritamente os veículos, resumindo a atuação em realizar blitze, conferir documentação de condutor e licenciamento de veículos. Mas este tempo ficou para trás e esta mudança tem nome e patente: tenente-coronel Felipe Lins.

Sete anos fazendo parte da unidade, quatro deles à frente do comando, Felipe Lins levou toda a sua experiência adquirida nos batalhões pelos quais passou, além da graduação em Direito e Marketing, e inúmeros cursos, entre eles Perito de Acidente de Trânsito, Instrutor de Trânsito e Vistoria Veicular, para dar uma nova cara ao BPTran.

"Sempre tive na cabeça que o BPTran poderia colaborar mais com a segurança pública, tanto no trânsito quanto na criminalidade, até porque o crime muitas vezes começa pelo trânsito ou passa pelo trânsito. Eu pensei: preciso fazer com que tenha uma filosofia diferente, abordando o trânsito, não perdendo sua essência, mas ajudasse a PM e a sociedade no combate ao crime. Tenho uma visão de que a PM é como uma empresa, o cliente é a sociedade e nós prestamos um serviço para ele", lembra o comandante.

A primeira medida adotada por Felipe Lins foi implantar um trabalho de educação para o trânsito, que atualmente é coordenado pela tenente Bárbara, promovendo palestras em escolas (desde o ensino fundamental até o médio) e faculdades sobre o trânsito e a responsabilidade de todos. Paralelamente, ele começou a mostrar para o público interno (os militares da unidade), que era necessário mudar a abordagem dos cidadãos: tratando gente de bem com cortesia e quem anda fora da lei de forma enérgica.

Depois desta primeira etapa mais educacional, o tenente-coronel percebeu a necessidade de mudar o sistema operacional, que foi a grande "virada de chave" do BPTran.

"Nossa primeira medida foi implantar o Núcleo de Inteligência, que não existia no BPTran, e consegue detectar diversos problemas onde podíamos intervir: muitos dos veículos roubados traziam armas e drogas. A partir do nosso setor de inteligência, surgia um novo tempo para o batalhão. Criamos as Táticas, um grupamento que trabalha em parceria com a inteligência justamente nas investigações de roubos, desmanches, tráfico de entorpecentes e armas. Eles atuam nas áreas mais perigosas", revela.

Mas o comandante continuava inquieto, então reimplantou o grupamento Águias, os PMs de motos, que chegam onde os veículos de quatro rodas não conseguem ir. Diariamente são duas guarnições (com três motos cada), tendo como principal função a abordagem das motos, além de ir a locais de difícil acesso, como sítios e grotas.

Não tardou para que uma nova ideia fosse colocada em prática: o Patrulhamento Móvel de Abordagem a Coletivos (PMAC). As equipes ficam com o encargo de evitar assaltos a ônibus, modalidade que já chegou a registrar 160 ocorrências por mês e hoje há meses em que nenhum caso é computado. A PMAC também passou a fazer a Operação Terminal Seguro, indo às madrugadas revistar passageiros e pessoas que estavam nos terminais de ônibus e suas imediações.

"As Rotrans, Rondas Ostensivas de Trânsito, hoje realizam o trabalho mais básico de fiscalização de trânsito do dia a dia, blitze, abordagem, conferir documentos, enfim, o que antes era toda a função do batalhão. As Rotrans trabalham em parceria com a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) para combater o transporte irregular de passageiros, os populares clandestinos", assinala o comandante.

Com esse novo perfil, não era de se estranhar que o BPTran passasse a ter um papel mais ativo nas operações Lei Seca, que são um sucesso em todo o país.

O comandante destaca que cada novo militar que chega à unidade escolhe em qual dos grupos prefere trabalhar, de acordo com as habilidades e o perfil de cada um.

Todas essas mudanças fizeram não somente com o BPTran pudesse ganhar protagonismo na estrutura da segurança pública, mas aproximou a unidade da comunidade, que passou a confiar e fazer denúncias de crimes. O resultado não podia ser outro: são dezenas de armas tiradas de circulação, veículos roubados recuperados e um volume enorme de entorpecentes apreendidos.

Recentemente, tenente-coronel Felipe Lins foi exonerado do comando da unidade militar. Perde a corporação e perde a sociedade alagoana.

Fonte: O Dia Alagoas

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