Indiciada pela Polícia Civil de Alagoas pelo crime de estelionato, Anna Rafaela Pessoa dos Santos, de 36 anos, foi presa em São Bernardo do Campo, em São Paulo, na última quinta-feira (4), após a Polícia Civil paulista receber uma denúncia anônima de maus-tratos de uma nora contra a sogra idosa.
Ao chegar no local da denúncia, a nora era Anna Rafaela, mas a polícia não flagrou nenhum crime. No entanto, ao consultar o nome dela nos sistemas de justiça, foi encontrado um mandado de prisão em aberto pelo crime de estelionato aqui em Alagoas, que foi cumprido imediatamente.
No mesmo dia, a defesa de Anna Rafaella ingressou com pedido de liberdade provisória, alegando que ela não fugiu, mas que saiu de Alagoas após descobrir estar sob ameaça das vítimas que teria feito. A defesa alega ainda que a acusada está em uma gravidez de risco e tem uma filha menor de 13 anos. O pedido de liberdade ainda não foi julgado.
O CASO
Segundo a investigação da polícia alagoana, Anna Rafaella lidera um esquema que arrecadou cerca de R$ 1 milhão com a oferta de vagas de empregos em unidades ligadas à Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), em Maceió e no interior do Estado.
Segundo o coordenador da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), delegado Igor Diego, tão logo as investigações foram encerradas, com o pedido de prisão preventiva da líder do esquema pelos crimes de associação criminosa e estelionato, foram iniciados os trabalhos de inteligência para conseguir prendê-la, o que foi possível graças à parceria entre a Deic e o 8º Distrito Policial de São Bernardo do Campo.
"É uma prisão fundamental, e o início da prestação de contas com a Justiça, uma vez que a investigada foragiu de Alagoas, deixando dezenas de pessoas lesadas. Agora, ela retorna para o Estado, onde vai responder ao processo criminal, presa por determinação do juiz da 4ª Vara Criminal da Capital", frisou Igor Diego.
O delegado Sidney Tenório, também da Deic e que presidiu as investigações, ressaltou que outras seis pessoas também foram indiciadas pelos crimes de estelionato e associação criminosa, mas não tiveram a prisão representada, já que foram interrogadas e colaboraram com as investigações.
"A investigação durou cerca de oito meses e ficou evidenciado que a acusada montou um verdadeiro esquema fraudulento para vender vagas de empregos em hospitais públicos da Sesau, sem ter qualquer vinculo com a secretaria".
Dezenas de pessoas pagaram valores para fazer exames admissionais e cursos de preparação por empregos que nunca assumiram. O golpe chega a cifra de mais de R$ 1 milhão arrecadado pela associação criminosa", explicou Sidney Tenório.