A mãe de uma criança especial de três anos denunciou à polícia ter sido vítima de omissão e coação, pela direção da creche municipal onde a filha estuda, depois de descobrir que a menina e outra criança, um menino também de três anos, foram encontradas sozinhas e sem roupas, em cima de um colchão, dentro de uma sala utilizada como suporte para funcionários da creche.
O fato aconteceu na manhã do dia 21 deste mês, em uma creche localizada no município de Taquarana, conforme o Boletim de Ocorrência registrado ontem (29) pela mãe da menina, no 72º Distrito Policial da cidade. Ela conta que só tomou conhecimento do ocorrido alguns dias depois, quando um dos porteiros da creche - que consta como testemunha no BO - decidiu lhe contar.
Segundo o relato dele, as crianças que estavam sob os cuidados da creche "desapareceram" e, após algum tempo de buscas, das quais participou, foram encontradas deitadas, sem roupas, em um colchão velho, dentro de uma sala utilizada como suporte por funcionários.
Ao ser confrontada pela mãe sobre a ocorrência e a omissão, a direção da creche negou o fato e, à noite, uma professora da instituição esteve na residência da vítima pedindo para que ela não procurasse à polícia, nem a justiça, o que causou ainda mais revolta na mãe.
Além da polícia, a mãe também denunciou o caso ao Conselho Tutelar e à Promotoria de Justiça.
Wesley Cezar de Amorim, advogado que acompanhou a mãe da menina até a delegacia, frisou para a reportagem que, além da gravidade de terem negligenciado a segurança dos menores que estavam sob seus cuidados, os responsáveis pela creche ainda tentaram encobrir o fato: "A sociedade confia na polícia e na justiça para garantir a proteção dos direitos da criança e do adolescente e para combater a omissão dos responsáveis para que o caso seja completamente esclarecido".
A Prefeitura de Taquarana afirmou, por meio de sua assessoria de Comunicação, que as denúncias são calúnias que visam macular a instituição.
Às 15h30, conforme informado à reportagem, a Secretaria de Educação do município registrou, no 72º DP, um Boletim de Ocorrência por calúnia contra o porteiro. Foi informado à polícia que a gestão compareceu à creche e conversou com a diretora e funcionários, que desmentiram o ocorrido, sendo aberto Procedimento Administrativo que não constatou a denúncia.
Confira a nota na íntegra:
A Prefeitura Municipal de Taquarana vem a público repudiar os ataques criminosos proferidos contra dirigentes e servidores da Creche Maria Genilza da Costa. As calúnias dirigidas à Instituição visam macular a sua imagem e merecem todo o nosso repúdio e de toda a sociedade taquaranense.
Medidas administrativas e judiciais estão sendo tomadas no sentido de responsabilizar os que a atacam sem o menor pudor. A Prefeitura de Taquarana não medirá esforços para proteger e zelar pela imagem de suas instituições de ensino, pois esse é o nosso compromisso com todos os que fazem a comunidade escolar do nosso município.
