Alagoas deve registrar, neste ano de 2023, cerca de 370 casos de câncer do colo do útero, doença considerada a terceira causa de mortes prematuras femininas no Brasil. A estimativa é do Instituto Nacional de Câncer (Inca) que aponta para a importância da prevenção e da imunização contra o Papilomavírus Humano (HPV).
O desenvolvimento da doença está associado à infecção persistente pelo vírus, no entanto, estima-se que 80% das mulheres sexualmente ativas irão adquiri-lo ao longo de suas vidas. Por isso, a principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV. O imunizante já está implementado no calendário vacinal desde 2014, e a recomendação do Ministério da Saúde é a aplicação das doses em meninos e meninas entre 9 e 14 anos.
A doença, contudo, é um desafio para a gestão pública, principalmente pela projeção de até 51 mil mulheres com a doença até 2026. Apesar da estimativa, o número pode ser reduzido com a adoção de mecanismos de controle, como vacinação e rastreamento preventivo.
A dificuldade, no entanto, é que tais abordagens esbarram nas desigualdades sociais e regionais do país. A última Pesquisa Nacional de Saúde revelou que a taxa de rastreamento é consideravelmente menor em mulheres de baixa escolaridade, pardas e negras.
O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas na fase inicial. Nos casos mais avançados, podem ocorrer sangramento vaginal intermitente e, após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais. A melhor forma de garantir a detecção precoce são os exames preventivos, como o conhecido Papanicolau, mesmo sem a presença de sintomas. O diagnóstico nas fases iniciais é importantíssimo porque aumentam as chances de cura.
Com assessoria*