A Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a receber dados mais completos do alcance da onda da Covid-19 na China. As novas informações colocam o país asiático com pelo menos 98 milhões de positivos registrados, valor muito próximo dos Estados Unidos, que tem sido a nação mais afetada e que acumula 100 milhões de casos. No atual ritmo, o país asiático – onde as primeiras infecções pelo novo coronavírus aconteceram no fim de 2019 – poderia se tornar rapidamente o mais afetado do planeta, depois que, durante os primeiros três anos, a incidência da pandemia foi muito menor na China e outros países da Ásia Oriental, do que na Europa e Américas, por exemplo. A atualização da OMS, com dados chineses, também permitiu a quebra do recorde de positivos registrados em uma semana desde o início da pandemia. A terceira semana de dezembro passado teve a notificação de 44 milhões de casos no mundo, número que superou o pico de 23 milhões registrados em janeiro de 2022, em meio à propagação da variante ômicron.
Em boletim epidemiológico semanal, a OMS indicou que nas últimas quatro semanas (de 2 a 29 de janeiro), houve quase 20 milhões de casos globais, uma queda de 78% na comparação com idêntico período anterior. Por outro lado, as mortes subiram 65%, ficando em 114 mil, em dados muito inflados pela onda de contágios da China. Neste período de quatro semanas, a China reportou 11 milhões de casos (cerca de 85% a menos do que nos 28 dias anteriores), seguida pelos EUA, com 1,5 milhão; Coreia do Sul, com 1 milhão; e Brasil, com 459 mil. A China também foi o país com mais mortes no período avaliado (62 mil, o que representa alta de 244%), enquanto os EUA tiveram aumento de 31% (14 mil), e o Japão de 46% (10 mil).
Desde o início da pandemia, houve no mundo ao menos 753 milhões de casos de Covid-19 e o a notificação de 6,8 milhões de mortos, embora a OMS sempre enfatize que são números oficiais informados por governos, já que o panorama real pode ser mais grave. Na China, por exemplo, especialistas apontam que até 80% da população pode ter sido infectada, o que representaria 1,1 bilhão de pessoas. O país registrou uma enxurrada de casos desde que o governo de Xi Jinping decretou o fim da política de “Covid zero” em dezembro passado. O surto encheu hospitais e crematórios em grandes cidades como Pequim, mas é difícil verificar a real magnitude da onda de infecções. Especialistas avaliam que os dados oficiais possam representar apenas uma pequena fração de todos os casos.
*Com informações da EFE e AFP
Fonte: Jovem Pan