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Reforma não elevará carga tributária, diz Haddad


A reforma tributária manterá a carga de impostos no nível atual, o que ajudará a colocar o Brasil em uma trajetória fiscal sustentável. Combinada com a aprovação do novo arcabouço fiscal, previsto para abril, as mudanças “sem dúvida” diminuirão pressões inflacionárias e, consequentemente, facilitarão a condução da taxa básica de juros pelo Banco Central. As afirmações foram feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista exclusiva ao Valor.

Para Haddad, os últimos atos do governo Bolsonaro e os ataques às sedes dos Poderes, em Brasília, abriram espaço para o governo ampliar sua base no Congresso. O ministro disse, ainda, ser importante observar o exterior para decidir o nível de inflação a ser perseguido no país. Mas destacou que o comportamento das expectativas será essencial para decidir a meta de 2026, em junho, no Conselho Monetário Nacional (CMN), presidido por ele.

Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as metas de inflação — 3,25% para este ano e 3% em 2024 e 2025. Vistas com ressalvas por economistas, as declarações levantaram suspeita, no mercado, de que o CMN possa alterar as metas já aprovadas para os próximos três anos.

Haddad defendeu também que seja escolhido um nome de perfil “técnico” e com conhecimento de mesa de operações para a diretoria de política monetária do Banco Central, que ficará vaga em fevereiro.

O arcabouço fiscal, outro tema importante de sua agenda, deve levar em conta propostas feitas ainda em 2022 por técnicos das secretarias do Tesouro e de Política Econômica. De acordo com o ministro, o texto também será debatido com economistas não alinhados ao governo.

Outro ponto de atenção é a política de preços da Petrobras. Para ele, o melhor momento nesse tópico ocorreu nas gestões anteriores de Lula, indicando que esta poderá ser a rota da estatal. Afirmou, ainda, que o programa de renegociação de dívidas (Desenrola) está alinhado com a Febraban e será discutido com Lula.

Leia a entrevista completa do ministro da Fazenda, disponível a partir de 5h dessa sexta-feira.

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