Em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 22, o economista Pablo Spyer analisou os efeitos sentidos pelo mercado após a interferência do governo no comando da Petrobras. “Obviamente a interferência caiu mal aos ouvidos de investidores internacionais, preocupa o mercado. Hoje, apenas na abertura do pregão, a Petrobras está caindo 20% e a bolsa 5,5%. As interferências atraem apreensão porque nos remetem aos momentos em que os governos interviam nas estatais, nos preços e, até mesmo, nos juros. A decisão de Bolsonaro eleva os nervos do mercado e traz nervosismo, mas pode ser uma oportunidade de compra de ações, não dá para saber o futuro. Ainda é preciso esperar e analisar a presidência de Silva e Luna para tirarmos conclusões”, disse.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou na última sexta-feira, 19, a indicação do general Joaquim Silva e Luna, atual diretor da Itaipu Binacional, para a presidência da Petrobras. Se a escolha do governo for aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras, Luna e Silva substituirá Roberto Castello Branco, o atual chefe da estatal indicado por Bolsonaro após as eleições de 2018. O anuncio da troca de comando da Petrobras tem gerado preocupação no mercado financeiro já que, desde a decisão, a estatal perdeu cerca de R$ 100 bilhões em valor de mercado – no fechamento da última quinta-feira, a Petrobras era avaliada em R$ 382,9 bilhões, contra R$ 282,2 bilhões nesta segunda-feira.
“Estamos falando de uma queda muito intensa, mas talvez não seja o momento do investidor sair vendendo ou comprando ações da Petrobras. Vivemos um período de turbulência no mercado financeiro, as ações estão despencando, caindo igual fruta cai da árvore. Vamos esperar o novo presidente da Petrobras se pronunciar para entendermos como serão as coisas daqui pra frente. Para tomar decisões com os investimentos, é preciso aguardar e montar uma análise minuciosa. Geralmente, é negativo comprar ou vender no desespero”, alerta Spyer.
Confira a entrevista com o economista Pablo Spyer:
Jovem Pan