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Petróleo fecha em forte alta com temores sobre a oferta


O Brent para fevereiro avançou 2,48%, a US$ 77,99 o barril, e o WTI para janeiro fechou em alta de 3% a US$ 73,17 Os preços do petróleo fecharam a segunda-feira (12) em alta à medida que os receios de oferta limitada voltaram a surgir no radar dos investidores, preocupados com uma maior demanda pela commodity no inverno, com a redução dos estoques estratégicos dos Estados Unidos e com a interrupção do fluxo pelo oleoduto Keystone que segue fechado e sem previsão de abertura.

E o mercado também aguarda os dados de inflação americana, o CPI, amanhã e a decisão de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira (14). Uma redução no ritmo das altas do Fed (o banco central americano) e uma sinalização mais "dovish" (favorável ao afrouxamento monetário) de Jerome Powell, o presidente do BC dos EUA, pode arrefecer a alta do dólar e dar suporte para commodities como petróleo.

No fechamento, o Brent, referência mundial, para fevereiro avançou 2,48% a US$ 77,99, depois de registrar uma máxima intradiária de US$ 78,59. Já o WTI, referência americana, para janeiro fechou em alta de 3% a US$ 73,17, depois de atingir a máxima de US$ 73,98.

Suporte veio do sentimento de que a demanda continuará mesmo em um ambiente de recessão. “Com recessão ou não, as pessoas ainda precisarão encher o tanque de gasolina” disse Manish Raj, diretor financeiro da Velandera Energy Partners. Segundo ele, o sentimento está mudando de fatores macro para preocupações com oferta. Raj informa que a paralisação do oleoduto Keystone vai reduzir a oferta em cerca de 600 mil barris diários em um mercado que já está "pendurado pelo pescoço".

Além disso, novas preocupações surgiram com o tamanho das reservas estratéticas. Segundo relatório da equipe macro do BTG Pactual, essas reservas estão próximas ao patamar do início do ano de 1984, com 387 milhões de barris na semana terminada em 2 de dezembro. “Há pouco espaço para novas liberações, o que, somado ao contexto de economia ainda aquecida, pode resultar em descasamento com a demanda doméstica do maior consumidor de petróleo do mundo e trazer de volta o viés de alta”, informa o BTG.

Preocupa esse cenário de oferta apertada durante o inverno, quando muitas empresas e residenciais usam derivados de petróleo para aquecimento das residências. Além da expectativa de menor oferta com sanções da União Europeia sobre o petróleo russo, incluindo a criação de um teto de preço para as exportações do produto da Rússia.

A expectativa em torno da decisão de política monetária do Federal Reserve nesta quarta-feira também está no foco dos investidores. Segundo relatório do Bank of America, os preços do Brent podem se recuperar e rapidamente voltar acima de US$ 90 por barril se o Fed indicar um “pivô” em sua política monetária e a reabertura econômica da China tiver sucesso.

O BofA estima que, nesse cenário, impulsionada pela maior demanda chinesa com a reabertura pós-covid, o preço do Brent pode chegar a US$ 100 em 2023. O banco também prevê que os estoques russos podem cair até 1 milhão de barris diários com as sanções europeias.

Porém, se o Fed indicar que manterá os juros elevados por mais tempo, o cenário pode ser mais baixista. "Qualquer indicação de aumentos mais altos e mais longos das taxas do Fed forçaria um dólar mais forte que se associaria a uma ampla redução no apetite por risco que o complexo petrolífero acharia difícil de ignorar", disse a Ritterbusch and Associates em uma nota.

Divulgação

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