Quatro dos seis policiais militares que participaram da ação que vitimou com um tiro de Fuzil o empresário Marcelo Barbosa Leite, no último dia 14 de novembro, em Arapiraca, prestaram depoimentos à polícia nesta quinta-feira (08). A informação foi confirmada à reportagem do TNH1 pelo delegado Sidney Tenório, que integra a comissão que está à frente das investigações do caso.
De acordo com o delegado, o conteúdo dos depoimentos é sigiloso e não será divulgado. "A comissão ouviu hoje quatro policiais militares que participaram da abordagem ao empresário Marcelo, mas, como o conteúdo é sigiloso e não há novidades ainda, foi decidido que somente haverá novo pronunciamento quando tiver algo mais concreto", disse o delegado.
Ainda segundo Tenório, os outros dois policiais suspeitos de envolvimento no caso serão ouvidos nesta sexta-feira, 09. "Está previsto para amanhã os depoimentos dos outros dois PMs. Daí encerra-se a fase de depoimentos. Todo apurado será encaminhado para o IC que agenda a reconstituição", acrescentou.
Em entrevista ao repórter Alan Garcia, da TV Pajuçara, o advogado dos PMs, Napoleão Júnior, disse que foram os comandantes que atiraram contra Marcelo. Ainda segundo o advogado, eles afirmam terem visto o empresário apontando uma arma de fogo para os policiais.
Advogado de familiares contesta versão de PMs - Em entrevista ao TNH1, nessa quarta-feira (07), o advogado Leonardo de Moraes, que representa os familiares de Marcelo, contestou a versão apresentada pelos PMs.
"A alegação dos familiares é baseada em provas, em vídeos. Temos imagens da ação policial que vitimou Marcelo. Em nenhum momento os vídeos mostram Marcelo em alta velocidade ou em posse de uma arma. Marcelo nunca teve arma. Além disso, a cena do crime foi totalmente modificada pelos policiais, e eles apresentaram uma arma que nunca esteve em posse de Marcelo. O empresário foi atingido pelos disparos às 12h e 49 minutos do dia 14 de novembro, e foi dar entrada em uma unidade hospitalar, que fica a cerca de 1,5 quilômetros do local onde a ação aconteceu, por volta das 1h e 18 minutos. Ou seja, demoraram aproximadamente 30 minutos para socorrer Marcelo", detalhou o advogado.
Três delegados investigam o caso - O delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Gustavo Xavier, designou, no último dia 17, uma comissão para atuar à frente das investigações, antes tratada como suposta tentativa de homicídio. A comissão é composta pelos delegados Filipe Ferreira Rodrigues Caldas (presidente da comissão), Sidney Walston Tenório de Araújo e Cayo Rodrigues da Silva.