Nesta terça-feira, 22, o Partido Liberal (PL), legenda do presidente Jair Bolsonaro, enviou uma representação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que pede a invalidação dos votos em 279 mil urnas eletrônicas fabricadas antes de 2020. Para dar mais detalhes sobre o pedido, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Carlos Jordy (PL). O parlamentar declarou que nomes da bancada do partido estão dispostos a enviar os dados adicionais pedidos pelo ministro Alexandre de Moraes que incluem o primeiro turno na representação, mesmo que isso ameace a eleição dos deputados: “Nós deputados, Felipe Barros, Carla… Todos nós não temos medo de eleição. Temos medo de perder a democracia, não temos medo de eleição. Eu tenho o interesse de que isso vá até as últimas consequências. Temos pessoas nas ruas pegando sol e chuva, pessoas que estão pedindo que haja transparência, pessoas que estão indignadas com todo o processo eleitoral e o descaso feito pelo TSE”.
“As pessoas estão nas ruas e precisamos dar uma resposta para essas pessoas, já que elas estão se manifestando porque elas pedem que haja o respeito ao seu voto e o respeito à democracia. Nós queremos que isso vá até as últimas consequências. Vamos conversar com o Valdemar da Costa Neto, com o Altineu [Côrtes], nosso líder, para que esse pedido possa ser aditado. Vamos atender tudo que o Alexandre de Moraes está pedindo, ainda que ele esteja causando tantos embaraços. Esperamos que ele possa dar uma resposta tão rápida quanto foi o seu pedido de aditamento para que se englobassem os resultados do primeiro turno na nossa representação”, argumentou.
Para Jordy, a intenção de Moraes ao fazer o pedido de aditamento foi política, com a intenção de pressionar o PL a desistir da ação: “É humanamente impossível, em 24 horas, conseguir todos esses dados. Mas temos muita tranquilidade com relação a isso. Eu tenho certeza que ele fez isso por uma jogada política. Querendo nos intimidar. Querendo colocar em cheque as nossas eleições e fazer com que estivéssemos contra esse pedido do partido e contra o presidente Valdemar da Costa Neto. Nós temos muita tranquilidade com relação a isso. Se tiver que ir novamente para a rua pedir voto, eu não tenho problema algum com isso. O futuro do país é muito mais importante do que simplesmente uma eleição de deputados e senadores”.
“Nós temos conversado com os deputados da base. O Congresso Nacional é muito heterogêneo. Tem aqueles deputados e senadores que fazem parte da base do presidente, mas hoje sinalizam querer ir para o lado do Lula. Tem deputados que podem julgar que isso pode comprometer suas eleições. Não vejo ainda nenhum posicionamento firme e realmente detalhado de cada um dos parlamentares. Mas, a base do presidente Bolsonaro, sobretudo do PL, está muito firme com relação a isso”, detalhou o deputado sobre as movimentações no Congresso após a representação do PL.
O parlamentar também explicou mais a fundo o pedido de anulação das urnas que foram feitas antes do ano de 2020: “Há uma denúncia de que parte dessas urnas não são auditáveis. As urnas antes de 2020 são urnas com o mesmo código, mesmo número de identificação de log. Elas representam 60%. Nessas urnas que têm o mesmo código, você não consegue fazer uma correlação com o boletim. O presidente Bolsonaro perdeu por cerca de 3 milhões de votos. Nessas máquinas de 2020 em diante, essas que podem ser auditadas, elas têm cerca de 1,7 milhão de votos a mais para o presidente Bolsonaro. São 279 mil urnas dessas antes de 2020, fica claro que há alguma coincidência, no mínimo uma triste coincidência”.
Confira a entrevista completa no vídeo abaixo
Jovem Pan