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Entenda por que 15 de novembro é feriado nacional no Brasil

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Proclamação da República ocorreu em ambiente de crise econômica e insatisfação com a família real, que acabou expulsa do país Quando a república foi proclamada, em 15 de novembro de 1889, o Brasil era o único país independente das Américas que mantinha o regime monarquista. A ação liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca pôs fim a essa particularidade.

A Proclamação da República foi um golpe militar, mas que contou com o apoio civil de duas parcelas importantes da sociedade da época: igreja e ex-proprietários de escravos. Insatisfeitos com o governo monárquico, na época liderado por Dom Pedro II, os militares se mobilizaram, arregimentaram civis e expulsaram a família real do país, estabelecendo assim o regime republicano.

O marechal Deodoro da Fonseca liderou o golpe. Ele instalou a república provisória e se tornou o primeiro presidente do Brasil — ainda sem a possibilidade de escolha por voto direto da população.

A insatisfação com a monarquia começou na década de 1870 e ganhou força depois da Guerra do Paraguai. Começaram a surgir partidos republicanos pelo país. Os militares se consideravam pouco valorizados e reclamavam dos soldos baixos. Pediam uma reforma no sistema de promoção de carreira das Forças Armadas e permissão para se manifestar politicamente, o que era proibido na época.

Havia também muita insatisfação entre os proprietários de terras com o fim da escravidão no país. Embora o Brasil tenha sido o último país ocidental a encerrar oficialmente a prática da escravidão, esses proprietários se ressentiam do fato e se queixavam de a família real estar diretamente envolvida no fim do tráfico de escravizados.

O país enfrentava uma crise econômica decorrente da Guerra do Paraguai (1864-1870). O governo enfrentava uma crise fiscal depois de ter gastado muito para financiar a guerra. A economia enfraqueceu-se ainda mais com a crise internacional de 1873. O Brasil não tinha uma relação muito intensa com outros países, mas era exportador de produtos agrícolas e acabou atingido pela crise. Havia também um clima de polarização política. Foi nesse caldo de cultura que o movimento republicano se fortaleceu.

Por fim, os partidários da república estavam incomodados com a linha sucessória no trono brasileiro. Pelas regras, a sucessora de Dom Pedro II seria a princesa Isabel, a responsável pela Lei Áurea, que pôs fim à escravidão, e seu marido, o Conde D"Eu. Além do machismo, que não via com bons olhos o trono ser ocupado por uma mulher, havia também a questão de que o conde não era da linha direta de sucessão, tendo entrado para a família real pelo casamento com a filha de D. Pedro II.

A princesa Isabel tornou-se herdeira do trono aos 11 meses de idade, quando seu irmão mais velho, Afonso Pedro (1845-1847) morreu prematuramente com menos de dois anos e meio de vida. Ela já havia perdido a condição de herdeira do trono em 1948, quando nasceu o terceiro filho de Pedro II e Leopoldina, Pedro Afonso. Mas, assim como Afonso Pedro, Pedro Afonso também morreu muito jovem, em 1950, antes de completar dois anos. Isabel recobrou, então a condição de princesa herdeira.

Já o marido, Luís Filipe Maria Fernando Gastão de Orléans (1842-1922), o Conde d"Eu, fazia parte da família real francesa, tendo renunciado a essa condição em 1864 para se casar com a princesa Isabel.

Em novembro de 1889, a crise política ganhou mais peso. O então homem forte do governo na economia era Afonso Celso de Assis Figueiredo (1836-1912), o Visconde de Ouro Preto. Ele era ministro da Fazenda e presidente do conselho de ministros. Quando ficou claro que o visconde teria poucos instrumentos para tirar a economia brasileira da recessão, articulou-se secretamente a proclamação da república. O marechal depois comandou, então, um levante militar no dia 15 de novembro. O gabinete do Visconde de Ouro Preto foi cercado. O ministro foi destituído e preso. Os eventos culminaram com a Proclamação da República pelo vereador José do Patrocínio, do Rio de Janeiro.

O Conde D"Eu tentou opor resistência ao movimento. Pedro II se dispôs a formar um novo gabinete, mas a monarquia acabou derrubada. A família real foi expulsa do Brasil, tendo deixado o país apenas dois dias depois, em 17 de novembro, rumo à Europa.

O dia 15 de novembro tornou-se feriado nacional em 14 de janeiro de 1890, por decreto presidencial.

Fonte: Valor Invest

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