O mercado financeiro reagiu de forma negativa à notícia de que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega irá compor a equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como parte da pasta de Planejamento, Orçamento e Gestão. Na quarta-feira, 9, o Ibovespa recuou 2,22%, a 113.580 pontos, após os primeiros nomes da equipe começarem a ser anunciados. Após o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) confirmar a presença de Guido nesta quinta-feira, 10, o Ibovespa entrou em queda brusca. Até às 16h20, o índice apresentava baixa de 4,09%, perdendo 4.791,17 pontos. Às 16h40, a queda variou para 3,79%, com uma perda de 4.307,89 pontos. O plano de Lula de retirar o Bolsa Família do teto de gastos já havia gerado uma reação negativa na bolsa na mesma manhã, o que acelerou com a entrada de Mantega no grupo de transição. Em resposta, a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) Gleisi Hofffman defendeu as medidas afetadas em prol do desenvolvimento social. “Estão dizendo que o mercado reagiu mal ao discurso de Lula porque enfatizou investimentos na área social em detrimento do equilíbrio fiscal. Não foi o que ele disse. Mas onde estavam quando Bolsonaro fez a gastança pré campanha eleitoral? Comparem a gestão Lula com o desastre de Bolsonaro”, escreveu.
Tensões políticas relativas à mudança de governo tem repercutido na bolsa de valores. O banco de investimentos Goldman Sachs, por exemplo decidiu mudar sua recomendação referente às ações da Petrobras após a divulgação do resultado das eleições de 2022. Analistas avaliaram que os próximos anos devem trazer um aumento de incerteza nas políticas a serem adotadas mudando a recomendação das ações de “compra” para “neutro”. Anteriormente, Guido afirmou que o governo deve irá iniciar negociações para aumentar o orçamento público de 2023 em R$ 200 bilhões e que a prioridade é revisar a proposta de orçamento para 2023. O economista relevou que seria necessário adicionar pelo menos R$ 120 bilhões extras em gastos para cumprir promessas de campanha e investir em programas de assistência social mais amplos. Além disso, o ex-ministro diz ver a necessidade de investimentos “emergenciais” em infraestrutura e habitação e demonstrou preocupação com a arrecadação federal, caso o crescimento do PIB seja menor do que o esperado.
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