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Negociações entre Nissan e Renault travam em questões de propriedade intelectual

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Nissan e Renault não devem chegar a um acordo até meados de novembro, como esperavam, para reformular sua aliança, com questões remanescentes sobre a propriedade intelectual da Nissan e a posição do governo francês.

"É senso comum nos negócios ter discussões sobre propriedade intelectual com seus parceiros", disse o executivo-chefe (CEO) da Nissan, Makoto Uchida, na quarta-feira, ao anunciar os resultados financeiros de abril a setembro. "Não acho que tenhamos visões diferentes da Renault sobre propriedade intelectual", disse ele.

Uchida disse que as montadoras estão tendo "discussões amplas para fortalecer a aliança" e que explicará suas decisões assim que forem alcançadas, embora não tenha fornecido um prazo específico.

A Renault tem uma participação de 43% na Nissan. A Nissan está pressionando para reduzir isso para 15%, bem como para assumir uma participação de até 15% em uma nova unidade de veículos elétricos da Renault.

A Renault vem fortalecendo os laços com empresas fora da indústria automobilística, bem como com as da China, à medida que reformula seus negócios. A empresa americana de chips Qualcomm também investirá na unidade de veículos elétricos da Renault.

"As negociações sobre as duas questões andam juntas", disse uma fonte da Nissan. Mas as conversas sobre quanto da propriedade intelectual da Nissan será compartilhada através da unidade de veículos elétricos estão atrasadas, impactando no um acordo geral.

Houve conversas sobre a Nissan e a Renault revelarem os novos termos de sua aliança, que inclui a Mitsubishi como terceiro membro, quando o CEO da Renault, Luca de Meo, e o presidente Jean-Dominique Senard visitarem o Japão em meados de novembro. Isso não deve mais acontecer, pois as negociações ainda estão em andamento.

Um ponto crítico é a questão das patentes e outras propriedades intelectuais. A Nissan recebeu 2.070 patentes relacionadas a veículos elétricos desde 2000, de acordo com a empresa de pesquisa Patent Result, com sede em Tóquio. Isso é seis vezes mais que a Renault, o que aparentemente daria à Nissan uma vantagem nas negociações.

Mas a Nissan e a Renault conduziram pesquisas conjuntas sobre carros movidos a gasolina, híbridos e elétricos desde que entraram em uma aliança em 1999. Em princípio, se os custos de pesquisa são divididos, uma patente se torna uma patente conjunta, independentemente de qual lado liderou o projeto. Eles receberam cerca de 1.770 patentes conjuntas nos últimos cinco anos, de acordo com um registro de valores mobiliários da Renault.

As montadoras também desenvolveram novas tecnologias e softwares baseados nas patentes umas das outras, tornando difícil determinar exatamente quem possui o quê.

A Renault está trabalhando com o Google e a Qualcomm para desenvolver veículos elétricos de última geração, e a Nissan está preocupada com o quanto de suas tecnologias serão compartilhadas com essas empresas. "Estamos especialmente preocupados com o software avançado de assistência ao motorista", disse um executivo da Nissan.

As montadoras desconfiam de gigantes da tecnologia como o Google, que lidam com software automotivo básico. A Nissan "pode estar preocupada que os parceiros da Renault possam ter acesso a todos os dados de seus veículos", disse Hiroto Suzuki, sócio do escritório da Arthur D. Little em Tóquio.

"A participação do Google pode representar uma ameaça", disse um funcionário da Nissan envolvido no desenvolvimento de software. A Nissan também trabalha principalmente com a empresa israelense de chips automotivos Mobileye, rival da Qualcomm, em sistemas de assistência ao motorista.

O Google e a Qualcomm podem usar suas parcerias com a Renault para obter acesso a tecnologias-chave que a Nissan deseja manter em sigilo. As negociações sobre propriedade intelectual de veículos elétricos estão atualmente limitadas a alguns executivos e devem levar mais tempo.

Outra preocupação é a posição do governo francês, principal acionista da Renault. O ministro das Finanças, Bruno Le Maire, disse em outubro que queria uma "garantia" de que a decisão da Renault preserva a aliança.

O governo francês pode estar pressionando por uma parceria inquebrável entre as montadoras, de acordo com uma fonte da Renault. Executivos da Nissan dizem que as negociações atuais afetam mais do que apenas Nissan e Renault, e que a resposta de Paris permanece incerta.

Nenhum marco claro está à vista, e as negociações podem se arrastar. Ainda assim, muitos executivos da Nissan concordam que as negociações com a Renault não entrarão em colapso.

Fonte: Valor Invest

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