Valor Invest
Entrevista | Cláudio Carvalho, Sócio da A|W Realty Com mais de 25 anos de atuação no mercado de arquitetura corporativa, em que se tornou referência nacional, o grupo Athié Wohnrath busca agora consolidar-se no segmento residencial de alto padrão em São Paulo. A aposta vem com a A|W Realty, aberta em 2018, que busca levar projetos de qualidade e design diferenciado a regiões menos disputadas da cidade, como a Zona Norte, por exemplo. A seguir, Cláudio Carvalho, sócio-fundador da companhia – ao lado de Sérgio Athié, Ivo Wonhrath e Rogério Rodrigues –, explica esse posicionamento e fala sobre os planos da empresa para alcançar VGV de R$ 1 bilhão já em 2023.Por que apostar no mercado tão competitivo como o residencial de alto padrão em São Paulo?Cláudio Carvalho — Entendemos que o mercado de alto padrão da capital paulista tem espaço para mais empresas. Óbvio que é um segmento mais disputado, difícil, com terrenos mais caros e que exige muito capital, mas com bom posicionamento e bons produtos em determinados bairros e nichos, é possível conseguir um caminho interessante para os negócios. Além disso, nosso conhecimento de mercado está mais focado nos médio e alto padrões. O grupo Athié Wohnrath é reconhecido e especializado em atender esse público.Como a empresa pretende se diferenciar?A maioria das incorporadoras focadas em alto padrão costuma se concentrar nas zonas Sul e Oeste da cidade, onde estamos bem-posicionados também. Mas há localidades nas zonas Leste e Norte com bom poder aquisitivo e renda per capita alta que, de uma forma geral, não despertaram o apetite de investimento das empresas. Queremos sair do óbvio e levar bons produtos de alto padrão às regiões da cidade que têm demanda não atendida. Na Avenida Braz Leme, faremos um lançamento em novembro que já tem atraído forte interesse por conta do reconhecimento da marca, da localização e da arquitetura diferenciadas, que agregam valor ao produto. Temos mais dois terrenos próximos, em Santana, e a ideia é lançar uma média de R$ 500 milhões anuais em projetos naquela região. Isso representa cerca de 50% da meta total para a cidade para o ano que vem.Quais os resultados até agora e qual a meta para o próximo ano?Em 2021, o VGV foi de R$ 220 milhões, mas chegou a R$ 500 milhões, considerando o empreendimento que desenvolvemos em parceria com a JFL Holding. Para 2023, a meta é chegar a R$ 1 bilhão, com projetos realizados junto aos sócios.Como será a relação com a vertical corporativa do grupo?São operações e estruturas totalmente separadas. Nós contratamos a área de arquitetura deles para desenvolver nossos projetos residenciais, mas isso não é uma regra. Os clientes corporativos de alta renda do grupo, por conhecer essa qualidade, acabam se interessando pelos projetos da A|W Realty. Muitos executivos e CEOs já têm buscado nossos produtos.Mas essa relação pode resultar em algum tipo de vantagem?A vantagem é ter um “irmão” que é um grande escritório de arquitetura de interiores e que pensa 24 horas por dia em como encontrar soluções para os clientes. Como estamos lado a lado, podemos nos reunir semanalmente com os arquitetos da AW e desenvolver produtos que atenda a demandas como sustentabilidade, mobilidade e conforto, trazendo soluções que já usaram em projetos corporativos. Hoje em dia, a casa e o escritório tornaram-se extensões um do outro. Essa sinergia com eles nos dá mais competitividade por ter o produto ideal para os clientes residenciais.