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Índice de Atividade Econômica do BC caiu 1,13% em agosto na comparação dessazonalizada com o mês anterior; recuo superou o previsto pelo consenso do mercado, que estimava queda de 0,50% Após a performance robusta da economia na primeira metade de 2022, a desaceleração começa a aparecer de forma mais significativa nos dados. Ainda assim, a perspectiva para o Brasil segue positiva e surpresas nesse sentido ainda podem se materializar, avaliam economistas.Divulgado nessa segunda-feira (17), o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central caiu 1,13% em agosto na comparação dessazonalizada com o mês anterior. O recuo superou o previsto pelo consenso do mercado, que estimava queda de 0,50%. Em julho, o indicador teve alta de 1,67% –dado revisado de alta de 1,17%.“Efeitos positivos dos estímulos fiscais, a resiliência do setor de serviços e a deflação dos últimos meses ajudam a atividade na segunda metade do ano, apesar da incerteza eleitoral e do impacto contracionista da política monetária”, pondera o Bank of America em relatório a clientes. Surpreendeu para o negativoO dado dessa segunda-feira “surpreendeu para o negativo, mas a revisão de julho atenua essa perspectiva. Tudo somado, continuamos a projetar uma desaceleração menor que a esperada no segundo semestre”, diz o documento. O BofA estima uma alta do PIB de 3,25% este ano.Também em comentário a clientes, o economista sênior da Renascença, César Garritano, nota que a leitura mensal do IBC-Br fez a média móvel trimestral desacelerar de 0,74% em julho para +0,42% em agosto. Ainda assim, o carrego estatístico para o trimestre continuou favorável, em 1,34%.Serviços são destaque“Analisando o resultado à luz dos demais indicadores em agosto, avaliamos que a queda pode ser explicada pelas performances negativas das vendas no varejo, destacadamente das atividades do comércio sensíveis ao crédito, e da produção industrial. Por outro lado, os serviços voltaram a mostrar bom resultado”, escreve Garritano. “O resultado do IBC-Br no mês de agosto bem abaixo de nossas expectativas impediu a alteração, neste momento, de nossas projeções para o PIB em 2022, as quais até então possuíam viés de alta. Desse modo, mantivemos nossas estimativas de alta de 2,8% para o PIB brasileiro em 2022, cenário que contempla aumento de 0,5% no terceiro trimestre na margem e alguma contração no 4T22.”