O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou neste sábado, 15, que ainda é cedo para comemorar os três meses consecutivos de queda da inflação. A declaração foi dada em um evento que faz parte da reunião anual do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, em Washington, nos Estados Unidos. Em setembro, o IPCA, recuou 0,29%. O índice acumula variação de 7,17% em 12 meses, menor patamar desde abril de 2021. Segundo Campos Neto, as reduções se devem às medidas adotadas pelo governo federal, o que ele classificou como “bom trabalho”. Apesar de adotar tom cauteloso em relação ao rumo dos preços, Campos Neto afirmou que a dinâmica global está melhorando, indicando possível queda dos juros. No Brasil, a taxa básica da inflação está hoje em 13,75%. Na conferência anual do FMI, o fundo alertou para o risco de começar a reduzir os juros cedo demais. O FMI projeta inflação média de 14,6% em 2022 para a América Latina e de 9,5% em 2023.
Para o ex-ministro da Fazenda Maílson Da Nóbrega, o recuo da inflação é um reflexo do corte do ICMS sobre os combustíveis. “As pressões inflacionárias continuam, tanto é que as projeções dos economistas para 2023 é de declínio da inflação, mas ainda acima da meta, que é de 3,25%, medido pelo IPCA, num limite superior que vai a 4,75%. A estimativa média está em torno de 5%, 5,2%, portanto, não é momento para comemorar a deflação que tem origem inteiramente artificial e temporária. Quando começar janeiro, volta o ICMS, porque a redução é até dezembro. E, se voltar o ICMS, como fica a inflação? É uma questão a se discutir nos próximos anos. Mas, sem dúvida alguma, o ambiente inflacionários está melhorando nos próximos meses, ainda que fique acima da meta no próximo ano”, argumenta Da Nóbrega.
*Com informações da repórter Nanny Cox
Jovem Pan