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Sem Tarcísio, Haddad foca ataques no adversário e evita nacionalizar sabatina


Ex-ministro cancelou participação em debate entre candidatos ao governo de São Paulo Em contraste aos debates que participou neste ano, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, evitou nacionalizar a sabatina de veículos de imprensa que participou na noite desta sexta-feira (14) e focou em atacar seu adversário, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que cancelou sua participação.

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"(É) lamentável a ausência do meu parceiro. Ele teria a oportunidade de defender os seus projetos, e eu, os meus. E o confronto de ideias daria a você, cidadão, a oportunidade de verificar o que é melhor para a sua família. Lamento muito a escolha do meu adversário, que é um recém-chegado a estado de São Paulo", disse Haddad em entrevista ao grupo formado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, SBT, CNN, revista “Veja”, Terra, Nova Brasil e Eldorado.

O evento estava planejado para ser um debate, mas sem a ida do quadro do Republicanos foi transformado em uma entrevista.

A polarização nacional entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), padrinho político de Haddad, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), fiador da candidatura de Tarcísio, transbordou para os debates anteriores da eleição em São Paulo. No primeiro confronto na TV do segundo turno, da Band, na segunda (10) a nacionalização do discurso foi ainda mais explícita. Sem a presença do adversário, no entanto, Haddad deixou a disputa pelo Palácio do Planalto menos evidente nesta sexta — apesar de ainda fazer palanque a Lula.

No primeiro bloco da sabatina, corrupção foi o único tema em que o petista falou mais em âmbito nacional do que estadual. O assunto é sensível para seu partido, que foi alvo da Operação Lava-Jato por causa do escândalo do Petrolão. No segundo trecho do programa, ele continuou explorando episódios de suspeita de corrupção no governo Bolsonaro, como nos casos do orçamento secreto, e também destacou o programa Minha Casa, Minha Vida, criado durante os governos petistas.

"A única vez que o Ministério Público teve seu desejo respeitado de nomear o procurador-geral da República foi no governo do PT. Nem antes, nem depois. Nunca um superintendente da Polícia Federal foi mudado de local para proteger o filho, o irmão ou o amigo do presidente, como agora acontece toda semana com os amigos e a família dos Bolsonaro", afirmou Haddad.

Ataques a Tarcísio

O foco do petista foi desgastar seu adversário, que não estava presente para atacá-lo. O candidato do Republicanos saiu na frente no primeiro turno, com 42% dos votos válidos nas urnas, ante 36% de Haddad. Pesquisa do Ipec, divulgada na terça-feira (11), mostra Tarcísio com 53% das intenções de votos válidos, e o candidato do PT, com 46%.

Haddad continuou reforçando que Tarcísio é "recém-chegado em São Paulo" e a origem carioca do oponente.

"Como ele é do Rio de Janeiro, ele fez uma licitação na Dutra em que o pedágio só caiu no trajeto do Rio de Janeiro. No trecho de São Paulo não caiu, porque na época ele não estava pensando em mudar para São Paulo e ser candidato a governador. Ele é nascido, criado e formado no Rio e estava com a atenção voltada para os interesses dos cariocas, e não os interesses dos brasileiros. Porque se estivesse focado no interesse de todos os que usam a Dutra, o pedágio teria que ter baixado ao longo de toda a sua extensão", disparou o petista.

Ausência do candidato bolsonarista

O grupo de veículo de imprensa havia estabelecido como regra prévia no caso de um dos candidatos não comparecer ao debate que o programa seria substituído por uma sabatina com o outro concorrente. Tarcísio havia confirmado sua presença, mas depois voltou atrás e cancelou sua participação.

A equipe de Tarcísio afirmou que o cancelamento da ida ao debate foi feito por falta de tempo na agenda do candidato para o segundo turno (que dura 27 dias). Eles apontam terem priorizado o corpo a corpo com os eleitores. O ex-ministro de Bolsonaro participou neste segundo turno do debate da Band, na segunda-feira, e comprometeu-se a ir ao da TV Globo.

Leia a íntegra da nota da campanha de Tarcísio:

"Tarcísio participou do Debate da TV Band e participará da TV Globo, no próximo dia 27. Infelizmente, os debates previstos da TV Record e Pool realizado junto ao SBT tiveram de ser cancelados por motivos de agenda, uma vez que dentro do curto período do segundo turno é preciso cumprir uma série de compromissos tendo como prioridade estar perto das pessoas e ouvir as necessidades apresentadas para o Estado. É importante ressaltar que o candidato participou de todos os debates e sabatinas propostos no primeiro turno, quando houve um período mais extenso para cumprimento destas agendas".

Haddad ironizou na última semana a escolha do seu adversário de não participar. O petista alegou que a decisão seria para evitar desgastes da imagem do candidato do Republicanos por, segundo o ex-prefeito, despreparo de Tarcísio, que se mudou para São Paulo recentemente.

Fernando Haddad na chegada para sabatina promovida por veículos de imprensa

Divulgação/Diogo Zacarias

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