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"Pecado original" da Crise Asiática volta a assombrar emergentes


Aumento nos prêmios de risco lembra crises anteriores, principalmente a que varreu a Ásia em 1997, quando o colapso de moedas levou um país após ou outro ao calote Países emergentes que fizeram grandes captações em dólar quando os juros estavam baixos agora enfrentam uma disparada nos custos de rolagem e suscitam comparações com a crise asiática da década de 90.

Títulos soberanos em dólar de um terço dos países do EM Sovereign Dollar Debt Index da Bloomberg são negociados com um spread de 10 pontos percentuais ou mais sobre títulos do Tesouro americano, o que é considerado um nível de estresse. O ministro das Finanças da Nigéria disse esta semana que a maior economia da África quer estender os prazos de algumas de suas dívidas.

O aumento nos prêmios de risco lembra crises anteriores, principalmente a que varreu a Ásia em 1997, quando o colapso de moedas levou um país após ou outro ao calote. Boa parte do mundo em desenvolvimento ainda é assolada pelo chamado “pecado original” — termo usado por economistas para descrever a dependência de dívida em moeda estrangeira.

Vários países emergentes fizeram grandes captações em dólar quando os juros estavam baixos

John Guccione/Pexels

“Haverá países que entrarão em default e reestruturarão dívidas”, disse Lisa Chua , gestora do Man Group, com sede em Nova York, cujo fundo de dívida de emergentes superou 99% de seus pares este ano com retornos de 5%. O aumento do ônus da dívida afasta o investimento e reduz o crescimento, “tornando mais desafiador para muitos mercados emergentes crescer rápido o suficiente para estabilizar sua dívida”, disse ela.

O estresse não se limita ao mundo emergente. Tomadores corporativos em mercados desenvolvidos também estão vulneráveis a taxas de juros mais altas. Mas as consequências de uma onda de defaults em países em desenvolvimento podem ter implicações muito maiores para a economia global.

As captações em dólar, que deixaram os países vulneráveis às oscilações das taxas de câmbio e às mudanças nas políticas do Fed, foram um fator-chave por trás das crises que se espalharam da Ásia para a Rússia e América Latina nos anos 90.

(Colaboraram Srinivasan Sivabalan e Beth Mellor)

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