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Um em cada três trabalhadores não vê apoio e escuta ativa de gestor


Estudo da Robert Half em parceria com The School of Life tem objetivo de mapear as influências das emoções na rotina das organizações e dos negócios

A falta de disponibilidade, de escuta ativa e da presença e valorização do outro é um problema para muitos trabalhadores, mostra estudo Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho 2022, divulgado pela Robert Half em parceria com The School of Life nesta semana em que se celebra o Dia da Saúde Mental (10). Dos 180 profissionais que responderam a pesquisa e não exercem cargos de liderança, 36% apontaram essas três questões como "falhas" de seus líderes.

Em seguida, vêm a habilidade de comunicação (26%), a capacidade de decidir (17%), a empatia (14%), a objetividade (14%) e por último a liderança (13%).

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Embora os liderados sintam falta de apoio, somente 6% dos líderes indicaram que gostariam de desenvolver em si mesmos essa habilidade. Em suas autoavaliações, os gestores disseram que suas habilidades mais desejadas são: a empatia (23%), o espírito empreendedor (23%), a calma (21%), o espírito inovador (20%), o autoconhecimento (19%) e a diplomacia (18%). Ou seja, falta compatibilidade entre as percepções e as necessidades reais dos empregados.

Diana Gabanyi, CEO da The School of Life Brasil, comenta que é preocupante, nos dias de hoje, ver que ainda existem líderes que não enxergam a inteligência emocional como uma habilidade importante. “Ainda temos gestores que trabalham "no grito" para impor suas ideias e vontades”, diz no relatório. Para ela, é importante para as lideranças desenvolver o autoconhecimento para entender como a equipe e os pares de trabalho os veem e onde podem evoluir.

A distorção da percepção das necessidades de melhoria também acontece no caminho inverso. Quando questionados sobre quais as dificuldades das equipes no trabalho, os líderes destacaram a comunicação, seguida do autogerenciamento. Porém, quando os funcionários foram questionados sobre as próprias dificuldades, a pesquisa mostrou que eles sentem falta de motivação e na sequência de conexão com os colegas e/ou com a empresa.

O levantamento on-line considerou a percepção de 800 profissionais de diferentes regiões do Brasil com idade igual ou superior a 25 anos e nível superior completo, sendo 620 líderes e 180 liderados.

Ambiente de trabalho pesa ao lado de benefícios

Saúde mental e qualidade de vida passaram a fazer parte dos objetivos de carreira dos brasileiros. Tanto é que 19% dos liderados mudaram de emprego ou pediram demissão buscando melhorar estes aspectos e foram atrás de bem-estar emocional. Quando questionados, 57% dos liderados e 67% dos líderes afirmaram que, atualmente, trabalham com uma pessoa emocionalmente desafiadora.

Além disso, 45% dos líderes e 44% dos liderados já pediram demissão devido ao mau relacionamento com um líder direto ou pares de trabalho. Apesar de 76% dos liderados ainda considerarem o salário como primeiro de três fatores importantes, um ambiente corporativo saudável foi citado como uma prioridade para 70% dos líderes e 66% dos liderados.

As pessoas querem trabalhar em um ambiente de paz. “Hoje, elas buscam por um trabalho que esteja alinhado aos valores, que garanta bem-estar e proporcione uma experiência saudável. Promover um ambiente confortável, onde o profissional sinta que a sua saúde mental é respeitada pode ser o fator que permitirá a retenção de talentos-chave”, explica Maria Sartori, diretora associada da Robert Half.

Burnout pouco diagnosticado

O levantamento ainda mostrou que somente 6% dos líderes e 3% dos liderados entrevistados declararam terem sido diagnosticados com burnout. Esse número aparentemente baixo pode indicar dificuldades no diagnóstico da doença. O estudo aponta que 19% dos liderados e 18% dos gestores souberam de algum colega de trabalho que foi diagnosticado com burnout.

45% dos líderes e 44% dos liderados já pediram demissão devido ao mau relacionamento com um líder direto ou pares

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