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Decisão da Opep + de cortar produção indica que piso do preço do barril de petróleo é US$ 80

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Com a decisão de quarta-feira de cortar a produção de petróleo em 2 milhões de barris por dia, os países da Opep+ pretendem evitar que os preços do petróleo caiam abaixo de US$ 80 o barril, o mínimo necessário para poupá-los de problemas fiscais.

Os preços do petróleo vêm afundando à medida que a política monetária mais apertada nos Estados Unidos e na Europa desperta preocupações sobre desacelerações econômicas e enfraquece as expectativas de demanda.

Os preços dos contratos futuros do barril WTI (benchmark americano) caíram para a faixa de US$ 76 em 26 de setembro, seu menor nível desde o início de janeiro.

Isso é inaceitavelmente baixo para muitos produtores de petróleo, particularmente no Oriente Médio, que dependem das vendas de petróleo para uma grande parte da receita do governo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima o preço de equilíbrio fiscal - o nível necessário para equilibrar o orçamento de um país produtor de petróleo - para o maior produtor da Arábia Saudita em US$ 79,20 este ano. Embora essa linha varie de país para país, ela fica na faixa dos US$ 70 para exportadores proeminentes, incluindo Iraque e Emirados Árabes Unidos, sendo a cotação de US$ 80 uma espécie de linha vermelha.

Alguns membros da Opep+ estão elevando o investimento em descarbonização, e os preços mais altos do petróleo são necessários para cobrir o aumento dos gastos. O ponto de equilíbrio dos Emirados Árabes Unidos foi em média de US$ 50 entre 2000 e 2018, mas saltou para US$ 76,10 este ano em meio à pressão do governo por energia renovável.

A Opep + consiste em nações da Opep, como a Arábia Saudita, bem como produtores de petróleo aliados, incluindo a Rússia.

As finanças da Arábia Saudita foram duramente atingidas quando a receita do petróleo despencou em 2020 em meio à pandemia de coronavírus, mas Riad se beneficiou da reabertura das economias e do aumento dos preços do petróleo após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Os futuros do WTI chegaram a US$ 130 por barril em um ponto de março, maior patamar em 13 anos. O Ministério das Finanças da Arábia Saudita, antecipando mais receita, projetou gastos no ano fiscal de 2023 em 1,114 trilhão de riais (US$ 296 bilhões), 17% a mais do que sua estimativa inicial para o ano fiscal de 2022.

Mas Riad e outros que contavam com preços elevados para financiar gastos governamentais agressivos ficaram desapontados quando os preços voltaram a cair devido a uma perspectiva mais sombria para a economia global.

A tendência de baixa pode causar dores de cabeça para a Rússia, que aproveitou a alta anterior do petróleo para cobrir o custo crescente de sua invasão da Ucrânia. O país faturou US$ 17,7 bilhões em receitas com petróleo em agosto, segundo a Agência Internacional de Energia, uma queda de US$ 1,2 bilhão em relação a julho.

As empresas de pesquisa do setor de energia estimam que, como a produção de petróleo da Rússia diminuiu devido a fatores como proibições de importação ocidentais, o preço de equilíbrio do país subiu de US$ 70 para US$ 80. Acredita-se que Moscou tenha instado a Opep+ a considerar um grande corte de produção antes da reunião de quarta-feira.

Os preços mais altos do petróleo amplificariam o fardo sobre a economia global que já sofre com a inflação, uma perspectiva problemática para o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que enfrentará eleições de meio de mandato daqui a um mês. Altos funcionários do governo pressionaram os membros da Opep+ a se oporem aos cortes de produção antes da reunião de quarta-feira, informou a CNN.

Fonte: Valor Invest

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