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Banco Central

Copom explica interrupção da alta da Selic e diz que não hesitará em retomar "ciclo de ajuste" caso não haja desinflação

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Após decidir pela manutenção da taxa básica de juros, o Banco Central avaliou que o ciclo de aperto monetário tem sido “bastante intenso” e “tempestivo”. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), representantes da pasta observaram que as defasagens da política monetária causaram impactos negativos na inflação e que a medida ainda não obteve o efeito esperado. Contudo, o grupo indicou a necessidade de cautela e uma avaliação por um período maior para determinar os impactos da medida, principalmente por causa da incerteza do cenário econômico — tanto nacional como internacional — e os riscos da variação. “O ambiente inflacionário segue desafiador. Observa-se uma normalização incipiente nas cadeias de suprimento e uma acomodação nos preços das principais commodities no período recente, o que deve levar a uma moderação nas pressões inflacionárias globais ligadas a bens. Por outro lado, o baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho nessas economias sugere que pressões inflacionárias no setor de serviços podem demorar a se dissipar”, indica a ata da reunião.

O principal objetivo da manutenção da taxa de juros é promover a estabilidade de preços, fomentar empregos e suavizar as flutuações econômicas. Dois membros do comitê foram a favor de uma elevação de 0,25% na taxa básica de juros para fortalecer o comprometimento do banco em ambiente um de incerteza. Já a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) apontou um ritmo de crescimento acima do esperado no segundo trimestre, enquanto a inflação ao consumidor se manteve alta. “O Comitê reforçou que é necessário manter a vigilância, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por um período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”.

Nesta semana, o Ministério da Economia anunciou que a Selic média deste ano deve se manter em 12,3%. A manutenção no atual nível quebra uma sequência de 12 altas consecutivas na taxa – que subia desde março de 2021 e representou o maior ciclo de alta desde 1999. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação, registrou um queda de 0,73% em agosto deste ano, sendo a menor taxa da série histórica, iniciada em novembro de 1991. O comitê do Banco Central reforçou que “passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”. Além disso, o grupo informou que a projeção da inflação para o primeiro trimestre de 2024 segue próximo à meta.

Fonte: Banda B

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