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Debate: Rodrigo Garcia vira alvo preferencial de Haddad e Tarcísio

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Em terceiro lugar nas pesquisas, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), se tornou o alvo preferencial no debate desta terça-feira (13), realizado pela TV Cultura, Folha de S.Paulo e UOL. Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também trocaram ataques entre si, acabaram centrando as críticas no tucano, sobretudo relacionando-o com seu antecessor, João Doria (PSDB).

Segundo a última pesquisa Datafolha, de 1º de setembro, Haddad lidera com 35%, seguido de Tarcísio, que marca 21%. Rodrigo aparece com 15%. Elvis Cezar (PDT) e Vinicius Poit (Novo), que também participaram do debate, pontuam 1% cada um.

Em meio à apresentação de propostas, os candidatos aproveitaram para alfinetar os adversários, o que gerou reações da plateia no Memorial da América Latina, onde o debate foi realizado.

Ao mirarem em Rodrigo, Haddad e Tarcísio buscam consolidar um segundo turno que remeta à disputa nacional, já que eles são apadrinhados respectivamente por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

A campanha do petista vê vantagem em enfrentar Tarcísio, e não Rodrigo, no segundo turno, contando com a alta rejeição ao presidente. Tarcísio, que tem uma briga paralela com Rodrigo por uma vaga no segundo turno, busca abrir vantagem para não ser ultrapassado.

Tarcísio e Haddad até tiveram uma conversa amigável antes do debate e também durante um intervalo.

O bolsonarista escolheu o governador para responder sobre obras paradas no estado. O tucano afirmou que São Paulo tem mais obras entregues do que interrompidas e criticou a falta de ajuda do governo federal.

"São Paulo hoje é um canteiro de obras. Tarcísio cita números e parece que as obras têm ajuda dele ou do governo federal. Não tem, pessoal. São obras com os recursos do estado", disse Rodrigo.

Tarcísio, então, explorou a ligação de Rodrigo com Doria, de quem o atual governador foi secretário. O ex-ministro da Infraestrutura disse que o rival se distancia ou se aproxima do antecessor conforme as conveniências, ironizando se ele "estava hibernando" quando Doria governou.

Ao responder, Rodrigo voltou a alfinetar Tarcísio por ser carioca e disse que ele "nunca saiu" de Brasília.

O embate entre Rodrigo e Doria se deu a respeito da saúde. O petista criticou a atual gestão por causa das dificuldades de financiamento das Santas Casas.

"Não estamos fazendo a lição de casa em São Paulo, por isso temos a maior fila do SUS em São Paulo", disse Haddad.

Rodrigo, então, listou as promessas de Haddad enquanto prefeito de São Paulo. "Lembro da sua administração como prefeito, prometeu 25 UPAs e entregou apenas três. Deixou a maior fila da saúde", disse o tucano.

Haddad subiu o tom e mencionou Doria. "O João Doria foi uma vergonha como prefeito, fugiu da cidade de São Paulo um ano depois. O mesmo fez com o estado. Vocês cortaram leite das crianças, o passe do idoso, aumentaram o ICMS do leite. Vocês não têm empatia com a população", rebateu.

Em outra ocasião, Tarcísio bateu na mesma tecla: "Precisamos reduzir os impostos que foram aumentados vergonhosamente nesse governo do Doria e do Garcia", afirmou o ex-ministro.

Ao ser questionado por jornalista da Folha de S.Paulo sobre sua ligação com Doria, Rodrigo fugiu do assunto, listou entregas dos tucanos no estado e disse não ter padrinho. Haddad, então, rebateu, lembrando que Doria foi aliado de Gilberto Kassab e de Celso Pitta durante sua carreira política.

Rodrigo procurou se distanciar do caso do irmão Marco Aurélio Garcia, que foi condenado por lavagem de dinheiro na chamada máfia do ISS. Ele foi perguntado sobre o assunto por jornalista do UOL.

O governador disse que "ninguém é responsável por irmão". "Se ele fez algo errado, ele que pague. Eu respondo pelos meus atos", afirmou o tucano.

Ao comentar a resposta do adversário, Haddad questionou o desconhecimento de Rodrigo dos crimes cometidos pelo irmão "a poucos metros" de seu gabinete. O tucano devolveu o ataque ao questionar se Haddad deveria ser instado a responder por casos de corrupção que ocorreram no governo Lula quando ele era ministro da Educação.

Reproduzindo a disputa nacional, Haddad e Tarcísio também trocaram ataques. Em sua primeira oportunidade, o petista questionou o ex-ministro sobre a atuação do governo Bolsonaro na vacinação na pandemia.

Sem mencionar o presidente, o candidato bolsonarista defendeu a postura do governo federal apesar das inúmeras críticas sobre atraso e desestímulo à imunização. Ele ignorou também as suspeitas de corrupção na negociação de doses.

"Nós acreditamos, sim, na vacina", pontuou Tarcisio, diferenciando-se do padrinho. Ele ressaltou não entender que a vacinação deva ser obrigatória.

Enquanto respondia, Tarcisio se confundiu ao tentar mencionar o Covax Facility, consórcio internacional criado para facilitar o acesso de vacinas, e falou em Covaxin, nome da vacina indiana que esteve no centro das investigações da CPI da Covid por causa das suspeitas de irregularidades e cobrança de propina nas negociações para compra pelo governo brasileiro.

Após o primeiro bloco, coordenadores da campanha de Bolsonaro deixaram o local do debate fazendo críticas a Tarcísio.

No segundo bloco, porém, o candidato defendeu o presidente, afirmando que técnicos assumiram cargos nos ministérios "porque tinha um cara corajoso que resolveu apostar na técnica".

Tarcísio esteve ao lado de Bolsonaro em motociata em Sorocaba (SP) nesta terça. Os dois repetirão o programa nesta quarta (14), em Presidente Prudente (SP).

Haddad e Tarcísio também discordaram em relação a aumento da tarifa do transporte. Questionado sobre a possibilidade de reajustar as tarifas de metrô e trem, Haddad debateu a questão do transporte público, mas não respondeu diretamente à pergunta. Já Tarcísio afirmou que a ideia é que não haja aumento.

Rodrigo, como ocupante da cadeira de governador, também foi alvo de Poit e Elvis. O candidato do Novo criticou os 28 anos de PSDB no governo: "Chega dos mesmos, gente".

Elvis atacou o governador pelo aumento de impostos. O pedetista também reclamou dos preços dos pedágios no estado. Como de costume, ele exaltou seu trabalho como prefeito de Santana do Parnaíba, citando iniciativas que adotou em áreas como saúde e educação.

Na lanterna da pesquisa, Poit insistiu em fazer com que o telespectador o conheça e, como no debate anterior, se diferenciou dos demais ao afirmar ser o único candidato que não utiliza o fundo eleitoral, "não tem padrinho" e "não tem rabo preso".

Poit assumiu o papel de antipetista no debate e questionou Haddad sobre o partido, que ele disse "defender bandido", estar "cheio de corrupto", inclusive "o ex-presidiário" Lula.

Haddad disse que o PT fortaleceu órgãos de combate à corrupção e reforçou a atuação contra o crime organizado a partir do governo Lula. Disse que, diferentemente do que ocorria nas gestões petistas, a Polícia Federal "hoje é manipulada para defender família", em indireta sobre Bolsonaro.

O candidato do Novo também mirou Tarcísio ao ressaltar sua ligação com Bolsonaro e questionar se, caso o ex-ministro vença, o atual presidente terá voz no comando do estado.

Fonte: Valor Invest

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