Análise: Pesquisa tonifica PT para fazer ofensiva pelo voto útil

Análise: Pesquisa tonifica PT para fazer ofensiva pelo voto útil
Assim como o Datafolha divulgado na sexta-feira, o Ipec desta segunda-feira mostrou variações na margem de erro entre os candidatos, mas com sinal inverso. O Datafolha reforçou a impressão de um lento, mas constante, afunilamento entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro, com o incumbente ganhando terreno. O Ipec indicou aumento de distância entre os dois, a favor do petista.

A vitória de Lula no primeiro turno é uma alternativa praticamente descartada no Datafolha. No Ipec, esta possibilidade cresceu, não apenas porque Lula foi de 44% para 46% e Bolsonaro manteve-se estacionado, mas porque a terceira via patinou.

Este é o ponto em comum entre as duas pesquisas: Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet, do MDB, não confirmaram a trajetória ascendente que vinham depois das entrevistas no Jornal Nacional e do debate da TV Bandeirantes. Ciro oscilou de 8% para 7% e Simone não saiu de 4%.

No debate político, o saldo dessa pesquisa estimula o PT a redobrar a aposta no voto útil para uma última tentativa de resolver a fatura no primeiro turno.

Quanto a Bolsonaro, a confirmação do resultado dessa pesquisa por outros levantamentos deixará o presidente com poucas alternativas na mão para tentar alcançar o rival. Mesmo o Datafolha já havia mostrado o alcance limitado, em termos eleitorais, do aumento dos benefícios sociais para a fatia de menor renda da população. A mobilização popular do 7 de setembro também não reverteu em ganhos. A prevalecer a visão da campanha que o Ipec traz, resta a Bolsonaro torcer pela resiliência de Ciro e Simone para ganhar o tempo quem sabe salvador do segundo turno.