Em entrevista à revista norte-americana Time, o presidente do Chile, Gabriel Boric, defendeu que a América Latina deveria se unir caso o resultado das eleições de 2022 no Brasil não seja aceito pelo presidente Jair Bolsonaro. A ideia seria para evitar o que chamou de golpe de estado, assim como teria ocorrido, segundo ele, na Bolívia em 2020. Boric falou ainda que viu com esperança a carta pela democracia no Brasil, organizada pela Universidade de São Paulo (USP). As declarações foram publicadas quatro dias após Bolsonaro dizer, durante debate eleitoral na TV, que o chileno havia ateado fogo em metrôs no Chile durante protestos, o que causou um mal-estar diplomático. Em resposta, Santiago convocou o embaixador brasileiro, cobrando explicações. Gabriel Boric foi destaque na capa da Time sob o título “A nova guarda”. Entretanto, em menos de um ano de Boric na presidência, o país perdeu o posto de uma das economias mais promissoras do mundo e entrou em uma crise econômica, com inflação de 13%, atrás apenas da Argentina e da Venezuela. O PIB, que cresceu mais de 11% 2020 deverá entrar em recessão neste ano. Após a posse de Gabriel Boric, investidores e executivos vem tirando dinheiro do Chile, levando Banco Central a injetar bilhões de dólares no mercado de câmbio para estabilizar o valor da moeda local, o peso chileno. Além disso, o país precisou recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que aprovou uma linha de crédito de US$ 18,5 bilhões para ajudar no enfrentamento da crise.
*Com informações do repórter Victor Hugo Salina
Jovem Pan