A Rússia bombardeou nesta quinta-feira, 18, a região de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, e mataram ao menos cinco pessoas, poucas horas antes da reunião entre Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, e Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, se reunirem em Lviv, no oeste do país, para falar sobre o impacto da guerra e possíveis soluções, quase seis meses após o início da invasão russa, e discutirem o recente acordo para a exportação de cereais ucranianos, “a necessidade de uma solução política para o conflito” e a segurança da central nuclear de Zaporizhzhia, afirmou o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric. “Vamos trabalhar juntos para conseguir os resultados que a Ucrânia precisa”, disse o Zelensky em seu comunicado diário. Outro bombardeio com mísseis atingiu a cidade de Krasnograd, 80 quilômetros ao sul de Kharkiv, e provocou duas mortes. Na quarta-feira, já havia sido atingida por bombardeios que mataram sete pessoas, de acordo com as autoridades locais.
Localizada a apenas 40 quilômetros da fronteira russa, Kharkiv é alvo frequente de ataques do exército russo desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, mas não foi ocupada pelas tropas invasoras. Centenas de civis morreram na região desde o começo da invasão, de acordo com as autoridades locais. O encontro entre Guterres, Zelensky e Erdogan acontece em meio as tensões na central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, que está em estado crítico e pode ocasionar uma catastrofe mundial e está ocupada desde março pelo exército russo e é alvo de bombardeios, o que provoca uma troca de acusações entre Moscou e Kiev sobre a autoria dos ataques. Um bombardeio atingiu um edifício de depósito radioativo e outro provocou a suspensão automática de um reator. “Ninguém poderia prever que tropas russas disparariam contra os reatores nucleares com tanques. Foi algo sem precedentes”, disse o ministro ucraniano do Interior, Denys Monastyrsky, durante uma visita a Zaporizhzhia, cidade localizada a 50 quilômetros da usina. “Devemos nos preparar para todos os cenários possíveis”, alertou, antes de acusar a Rússia de ser um “Estado terrorista (…) Enquanto a Rússia controlar a usina nuclear de Zaporizhizha haverá grandes riscos”.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan