A Frente Parlamentar da Agropecuária elabora um projeto de lei para que o fungicida carbendazim volte ao mercado brasileiro após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibir o produto das lavouras. Os agrotóxicos que utilizam essa substância são utilizados em plantações de feijão, arroz, algodão, milho e soja. Para falar sobre o assunto, o presidente da frente, o deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta terça-feira, 9. Segundo o parlamentar, a proibição é prejudicial principalmente para o consumidor final, que pode ter um aumento final do preço dos produtos em 10%. “Nós utilizamos esse produto há mais de 50 anos no Brasil. Um eventual substituto não existe para todas as cultivares, principalmente para o feijão. Outros países como Estados Unidos e Austrália, que são concorrentes nossos no mercado internacional, principalmente de soja, eles, lá, podem. Em outros países também. Quanto isso vai aumentar o custo de produção?! Temos dados de que pode chegar, ao final, na mesa do consumidor brasileiro, um aumento de até 10% no preço do alimento, isso porque nós não vamos ter a mesma produtividade e nós vamos ter que usar muito mais defensivos para combater as pragas por não poder usar esse defensivo na semente.
“A Anvisa tomou a decisão agora na segunda-feira, e nós esperávamos que, pelo menos, liberassem os estoques, nem isso fizeram, deixaram para uma consulta pública, que pode durar mais de 30 dias. E a safra, em 30 dias nós vamos estar plantando. Em setembro, alguns já em agosto, o Brasil começa a plantar principalmente o cultivo da soja”, completou o deputado. Questionado sobre o posicionamento da Anvisa, que proibiu o agrotóxico carbendazim por considerar que ele é prejudicial para a saúde dos agricultores e pessoas que estão próximas do território onde ele é aplicado, além de poder provocar problemas fisiológicos reprodutivos e em fetos durante gestações, o parlamentar argumentou que o problema seria o contato direto do aplicador do produto com a substância e que, sem isso, o agrotóxico seria seguro.
“Todo medicamento, se você fizer uma dosagem que não a adequada, ele vai fazer mal à saúde da planta e à saúde humana (…) todo defensivo agrícola é nocivo à saúde humana quando ele é manejado de forma incorreta. Então, temos EPIs, ambientes isolados… colocamos isso na semana e a semente dentro do solo. Não há nenhum perigo desde que utilizado de forma correta. Da mesma forma que estão fazendo com o carbendazim fizeram lá atrás com o paraquat, sob o mesmo argumento. O paraquat era defensivo agropecuário de menor custo e maior eficiência no combate a ervas daninhas. No entanto, sob esse argumento de que poderia mexer com células mutagênes e assim por diante, tiraram do mercado. Mas, se não houvesse contato do aplicador, não teria problema nenhum, porque ele anula quando cai no solo quase que imediatamente, não é um produto que tem volatilidade. Nós defendemos manter o carbendazim, inclusive até regularmos uma legislação para essa questão dos defensivos agropecuários porque uma nova molécula pode chegar a 10 anos, a liberação, e o ser humano, brasileiro e estrangeiro, vai pagar essa conta. E o produtor rural é quem vai ficar com a maior parte disso. A nossa intenção sempre foi entregar alimento da melhor qualidade ao consumidor e proteger de todas as formas o nosso produtor rural, porque, sem ele, não teremos alimentos”, finalizou Souza.
Fonte: Banda B