A produção industrial brasileira caiu 0,4% em junho, após quatro meses consecutivos de expansão, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta terça, 2, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com junho de 2021, a produção está 0,5% abaixo. No segundo trimestre de 2022, houve avanço de 0,9%, mas, considerando o total desde o início do ano, houve queda de 2,2%, e, no acumulado de 12 meses, retração de 2,8%. Com o resultado de junho, o setor industrial ainda se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18% abaixo do nível recorde da série histórica da pesquisa, alcançado em maio de 2011. Das quatro grandes categorias econômicas, três caíram: os bens de capital (-1,5%) tiveram a taxa negativa mais acentuada em junho de 2022, após subirem 7,5% em maio e caírem 8,0% em abril. Os setores produtores de bens intermediários (-0,8%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,7%) também recuaram nesse mês. Por outro lado, o segmento de bens de consumo duráveis (6,4%) apontou a única taxa positiva em junho de 2022 e intensificou o crescimento verificado no mês anterior (4,1%).
Entre os 26 setores pesquisados, 15 apresentaram baixas, com destaque para os segmentos de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-14,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%). Outras contribuições negativas importantes sobre o total da indústria vieram de máquinas e equipamentos (-2%), de metalurgia (-1,8%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,8%) e de outros equipamentos de transporte (-5,5%). Do lado das altas, os destaques foram veículos automotores, reboques e carrocerias (6,1%) e indústrias extrativas (1,9%). “O resultado reflete as dificuldades que o setor industrial permanece enfrentando, como o aumento nos custos de produção e a restrição de acesso a insumos e componentes para a produção de bem final. Nesse sentido, o comportamento da atividade industrial tem sido marcado por paralisações das plantas industriais, reduções de jornada de trabalho e concessão de férias coletivas”, afirma André Macedo, gerente da pesquisa, em comentário.
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