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Commodities: Algodão, café e açúcar recuam em Nova York

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Cacau e açúcar encerraram o dia em alta Depois de fechar em alta em todos os pregões da semana passada, o preço do algodão passou por um forte ajuste na bolsa de Nova York nesta segunda-feira. Os contratos para dezembro, que são os mais negociados, recuaram 2,77%, a 94,06 centavos de dólar por libra-peso.

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O declínio do petróleo alimentou o movimento de realização de lucros — as duas commodities têm correlação porque os tecidos sintéticos competem com as fibras naturais.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial americano, que havia sido de 53 pontos em junho, caiu para 52,8 pontos no mês passado. Com a atividade industrial nos Estados Unidos dando sinais de enfraquecimento, o barril do Brent para outubro, referência internacional, caiu 3,8%, a US$ 100,03.

Lavoura de algodão

Valor Econômico

Café arábica

As dúvidas sobre a demanda global por café pressionaram as cotações do grãos. Os contratos do arábica para setembro caíram 1,84%, a US$ 2,132 por libra-peso, e os contratos para dezembro recuaram 1,78%, a US$ 2,10 por libra-peso.

“É muito difícil dizer o que vai acontecer com o consumo em um cenário de crescimento econômico menor. O produto se mostrou bastante resiliente nos últimos anos, mas há um movimento especulativo que pressiona as cotações”, disse Fernando Maximiliano, analista de inteligência de mercado da StoneX especializado em café.

A economia europeia também demonstra sinais de fraqueza. O consumo no bloco chega a quase 43 milhões de sacas, ou 26% da demanda global.

Na ponta da oferta, Maximiliano lembra que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) projeta excedente de 7,9 milhões de sacas na safra 2022/23, que começa em outubro, estimativa que inclui a produção brasileira que está sendo colhida neste momento. “A lógica é que esse café será comercializado mais à frente”, explicou.

De acordo com o analista da StoneX, a queda de 190 mil sacas nos estoques pela Intercontinental Exchange (ICE), dona da bolsa de Nova York, em julho, para 700 mil sacas, reflete as condições financeiras desfavoráveis à certificação. “O exportador faz a arbitragem pensando em qual procedimento [certificar ou vender no mercado físico] é o mais rentável. No momento, não faz sentido certificar. E para o importador da Europa, compensa mais comprar dos estoques da bolsa do que importar do Brasil. Isso explica o esvaziamento dos estoques”, disse.

Com a previsão de que o La Niña vai perdurar até o fim de 2022, daqui para frente, o “mercado climático” deve ganhar força. “Nos dois últimos anos, tivemos problemas na florada por falta de umidade. Agora, não há previsão de um retorno das chuvas de forma intensa. Se continuar, é provável que teremos problemas de novo. O mercado vai ficar de olho nisso”, finalizou.

Suco de laranja

No mercado de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ), os lotes para setembro encerraram em queda de 1,1%, a US$ 1,7010 por libra-peso. Já os papéis de segunda posição, que vencem em novembro, recuaram 0,5%, a US$ 1,6665 por libra-peso.

Cacau

Os contratos do cacau com vencimento em setembro, os mais negociados na bolsa de Nova York, subiram 0,69%, a US$ 2.339 por tonelada, e os papéis para dezembro, de segunda posição de entrega, avançaram 0,72%, a US$ 2.390 por tonelada.

Analistas do site internacional Barchart atribuem a recuperação dos preços da amêndoa nesta segunda-feira à desvalorização do dólar em relação a outras moedas. Ao fortalecer o euro, esse movimento eleva o poder de compra do consumidor europeu, o maior comprador de chocolate do mundo.

Açúcar demerara

O açúcar demerara fechou o dia em leve alta hoje. O contrato para outubro subiu 0,3%, a 17,60 centavos de dólar por libra-peso, e o papel de segunda posição, para março do ano que vem, avançou 0,2%, a 17,72 centavos de dólar por libra-peso.

A commodity recuperou parte do valor que havia perdido na última sexta-feira, mas segue muito volátil, mas o mercado segue atento aos efeitos da chamada “recessão técnica” (dois trimestres consecutivos de queda do produto interno bruto) nos EUA.

O avanço da safra de cana no Brasil é também um fator de pressão sobre as cotações. O país está no pico da moagem e deve continuar ofertando boa parte do açúcar ao mercado até setembro, segundo analistas.

Na semana passada, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) informou que a produção de açúcar no Centro-Sul chegou a quase 3 milhões de toneladas na primeira quinzena de julho, dentro do esperado pelo mercado. No acumulado da safra, porém, a produção está 17,4% menor, totalizando até agora 12,7 milhões de toneladas.

Fonte: Valor Invest

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