Valor Invest
Lideranças do Partido dos Trabalhadores estão buscando canais de comunicação com militares para tentar tranquilizar as Forças Armadas, na eventualidade de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial de outubro, diz reportagem de Juliana Braga na coluna "Painel", da “Folha de S.Paulo”, publicada nesta quarta-feira (20).Promessa de relação harmoniosaO recado que os petistas têm dado nessas conversas é de que Lula pretende manter “uma relação harmoniosa” com os militares, diz a colunista. Como retorno, representantes das tropas fizeram chegar à cúpula do partido as maiores preocupações caso Lula seja eleito: mudanças na reforma da previdência dos militares, esvaziamento de projetos considerados estratégicos pelas Forças Armadas e ativismo político dos militares.Segundo a colunista, os militares admitem aperfeiçoamentos, mas querem manter o coração da reforma, sobre a qual Lula já defendeu revogação de alguns pontos. Sobre orçamento, diz a reportagem, os militares querem manter os quartéis aparelhados e equipados e, principalmente, evitar que os principais projetos, como o submarino nuclear, fiquem defasados.Recado que petistas têm dado em conversas com militares é de que Lula pretende manter uma relação harmoniosa, diz a colunistaImagem Valor EconômicoDistância da políticaSobre política, os militares fizeram chegar aos petistas que desejam ficar de fora dessa seara. Muitos deles estariam incomodados quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) fala em "meu Exército", usando a instituição em contexto político.Mas, segundo a apuração da colunista, há uma ala dos militares que enxerga o envolvimento mais como algo que depende hoje das Forças Armadas do que da vontade de Bolsonaro. A postura do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, sustentando o discurso conspiratório de Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas, é citada como um exemplo ruim, escreve a colunista.Sem transição brusca na DefesaAinda sobre política, militares teriam sugerido ao partido que evite uma transição brusca no Ministério da Defesa, nomeando um militar da reserva para o posto, em vez de um civil numa eventual volta de Lula ao Planalto.