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Segundo pesquisa, 57% dos entrevistados que já sofreram fraude disseram que obtiveram a quantia de volta Mesmo com um aumento nos casos de crimes cibernéticos e da maior sofisticação dos bandidos, a maioria das pessoas que foram vítimas de golpes envolvendo a conta bancária em São Paulo recuperaram o dinheiro perdido.LEIA MAIS:Golpe da portabilidade do salário faz dinheiro sumir da conta da vítima no dia do pagamentoBancos e BC discutem como frear golpe no PixGolpe do Pix: Saiba o que fazer e como se protegerDe acordo com pesquisa Datafolha, 57% dos entrevistados que já sofreram fraude ou tiveram algum valor desviado informaram que conseguiram ter a quantia de volta.O Datafolha mostra que a incidência desse tipo de crime ainda é exceção entre os entrevistados. Apenas 16% afirmaram já ter passado por essa situação.A pesquisa ouviu 1.806 pessoas em 61 municípios de São Paulo, entre os dias 28 e 30 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.Embora a maioria tenha conseguido recuperar o dinheiro, os recortes de ensino e renda mostram que as pessoas mais escolarizadas e com maiores salários foram as que tiveram maior sucesso.Entre os entrevistados com ensino fundamental completo, por exemplo, só 39% afirmam ter recebido o dinheiro de volta. Dos que concluíram o ensino médio, 55% tiveram o mesmo desfecho. Já entre os que possuem ensino superior, a taxa de sucesso foi a melhor: 69%.O que fazer quando cair em algum golpe com o Pix?Agência BrasilO mesmo acontece em relação ao salário. Quanto maior a renda, maior o percentual de êxito.Das pessoas que recebem até dois salários mínimos e sofreram alguma fraude, 42% recuperaram o dinheiro perdido. Essa proporção sobe para 59% no grupo dos que ganham entre dois e cinco salários. Na faixa de renda superior (entre 5 e 10 salários), a maioria teve o valor devolvido: 86%.A pesquisa do Datafolha também indica que a incidência de golpes cai de acordo com a renda. Entre os entrevistados que recebem mais de dez salários mínimos, 26% já tiveram dinheiro desviado da conta bancária ou sofreram fraude.Dos que recebem entre cinco e dez salários, 21% já foram vítimas de crimes semelhantes. É o segundo grupo com mais casos, seguido das pessoas que ganham entre dois e cinco salários (17%) e menos de dois salários mínimos (14%).A pesquisa ainda mostra que, dos 16% que foram vítimas de fraude ou desvio, 3% afirmam que o crime aconteceu após ter o smartphone roubado. O esquema é conhecido como "golpe do limpa tudo" e tem sido mais frequente nos últimos meses.Após roubar ou furtar o celular da vítima, os criminosos conseguem descobrir as senhas de aplicativos de bancos e demais instituições financeiras para fazer transações e levar todo o dinheiro embora.Nesses casos, a pessoa pode pedir os valores de volta para a instituição financeira. No entanto, é preciso agir rápido.Além de apagar os dados de forma online após ser roubado, é necessário ligar imediatamente para o banco, pedir o bloqueio de todos os acessos e anotar o protocolo de atendimento, o horário e, se possível, o nome da pessoa que o atendeu. Em seguida, registrar o boletim de ocorrência. Se, mesmo assim, o banco autorizar transações que levem o dinheiro da vítima, há como pedir o valor de volta.PixHá outras situações em que a vítima de crime financeiro consegue ter o dinheiro de volta. Nos casos envolvendo o Pix, por exemplo, o Banco Central informa que existem mecanismos para aumentar a chance de ressarcimento. São eles o bloqueio cautelar do Pix e o MED (Mecanismo Especial de Devolução).No caso do MED, ao serem comunicadas da fraude, as instituições financeiras em que a vítima e o fraudador têm contas poderão abrir uma notificação para o bloqueio dos recursos.Para isso, é preciso registrar um boletim de ocorrência e avisar imediatamente a instituição pelo canal de atendimento oficial, como SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) ou Ouvidoria. Feito o aviso, ambas as instituições deverão analisar o caso e, se configurada situação de fraude, será feita a devolução dos recursos.No entanto, a melhor forma de evitar é se precavendo. Algumas dicas para reforçar a segurança são: proteger senha do aplicativo do banco e não anotar em papel; diminuir o valor que pode ser transferido via Pix; conferir os dados de quem vai receber a transferência; não clicar em links suspeitos para cadastrar ou fazer pagamentos; suspeitar de benefícios, descontos e rendimentos que precisam do Pix.