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Livraria Leitura passou a liderar mercado após crise de Cultura e Saraiva

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A Leitura assumiu a liderança do setor de livrarias em 2020, após a Saraiva e a Livraria Cultura entrarem em recuperação judicial no fim de 2018. Em março deste ano, a Saraiva operava com 34 lojas. Quando liderava o mercado, chegou a ter 113 unidades no país. A Livraria Cultura, que já teve 15 lojas, hoje opera com 3. As duas empresas lutam para arcar com dívidas milionárias e sobreviver.

Livro infanto-juvenil e loja nova ajudam Livraria Leitura a crescer 50%

Saraiva e a Livraria Cultura optaram por estratégias que não trouxeram os resultados esperados, num momento de crise econômica no país. Para fazer frente ao avanço da Amazon no comércio eletrônico, as redes de livrarias passaram a oferecer descontos agressivos nas vendas on-line, canibalizando as próprias lojas físicas. Os preços dos livros estavam defasados, o que gerava queixas por parte das editoras. As empresas também sofreram com a concorrência dos serviços on-line de transmissão de música e vídeos, que derrubaram vendas nessas duas categorias. Com o caixa reduzido e dívidas altas para bancar a expansão de lojas, as livrarias começaram a deixar de pagar seus fornecedores.

A Cultura pediu recuperação primeiro, em outubro de 2018. No mês seguinte, foi a vez da Saraiva.

Marcus Teles, presidente da Livraria Leitura

Foto: Divulgacao

A Cultura já vinha atrasando pagamentos a fornecedores. Em 2018, a família Hertz, dona da rede, assumiu as operações da Fnac no Brasil em troca de 36 milhões. Para a Fnac, o custo era menor do que teria se encerrasse as operações no Brasil. No mesmo ano a Livraria Cultura fechou as 12 unidades da Fnac e sua loja virtual. Em seguida entrou com pedido de recuperação judicial, com dívidas estimadas em R$ 285 milhões.

Em novembro do mesmo ano, a Saraiva pediu recuperação judicial, com dívidas de R$ 675 milhões. Diferentemente da Saraiva e da Cultura, que expandiram suas redes com financiamento de terceiros, a Leitura abre as lojas com recursos próprios.

Outra diferença está no tamanho das lojas. Das 97 unidades da Leitura, 30 são megalojas com mais de 1 mil metros quadrados. O restante são lojas de 300 a 600 metros quadrados. Redes como Saraiva e Cultura apostavam principalmente em megalojas.

A Saraiva fechou o primeiro trimestre deste ano com prejuízo líquido ajustado de R$ 21,44 milhões, ante perdas de R$ 20,34 milhões no mesmo período de 2021. A receita líquida no período caiu 24,3% para R$ 17,7 milhões. Em iniciativa mais recente, a Saraiva leiloou ativos em junho deste ano, arrecadando R$ 160 milhões. Entre os ativos estão um ponto de loja no Shopping Ibirapuera, em São Paulo, e créditos tributários que pertenciam ao Banco do Brasil.

Fonte: Valor Invest

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