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Alexandre Birman: Ousadia para dar um passo transformador

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Alexandre Birman: Arezzo&Co se tornou uma "house of brands", com portfólio de 16 marcas e duas plataformas on-line

Julio Bittencourt

Em abril de 2020, a Câmara de Comércio Internacional incluiu a indústria da moda entre os três setores mais suscetíveis à queda de vendas durante e após a pandemia. A previsão, no entanto, passou longe da Arezzo&Co, comandada desde 2011 por Alexandre Birman, CEO. Olhando pelo retrovisor, a empresa teve resultados desafiadores apenas no primeiro trimestre daquele ano. De lá para cá, as vendas só cresceram, até a Arezzo&Co registrar, nos três primeiros meses de 2022, a marca de R$ 1,042 bilhão em receita e lucro de R$ 97 milhões, avanço de 64% e de 229%, respectivamente, sobre o primeiro trimestre de 2021.

Como praticante de triatlo, Birman, eleito pela ter - ceira vez Executivo de Valor, sabe que a resistência é o pilar para vencer as dificuldades não apenas na escalada esportiva que escolheu, mas também na dos negócios. Foi com ela que Birman buscou, em 2020, no auge da pandemia, oportunidades para manter viva a cadeia de valor da Arezzo&Co. Manter as compras de fornecedores e mudar o planejamento das coleções diante da redução da oferta de matéria-prima foram estratégias fundamentais adotadas pela empresa.

“Mantivemos nossos fornecedores produzindo, e isso gera um estoque grande, o que nos levou a acelerar nossas vendas digitais, que já eram expressivas”, conta o executivo. No primeiro trimestre de 2022, as vendas on-line somaram R$ 223 milhões, alta de 41% sobre igual período de 2021 e de 339% sobre 2019, também entre os meses de janeiro e março. No mesmo trimestre, o número de lojas físicas cresceu de 883 para 925, sen - do 152 estabelecimentos próprios e 773 de franquias.

Mas os números robustos que a empresa ostenta hoje também são resultado de ações inovadoras, com investimento em novas frentes de atuação. No final de 2020, a empresa comprou, por R$ 715 milhões, a Reserva, marca carioca de roupas masculinas. “A com pra da Reserva foi fundamental não apenas para o primeiro trimestre deste ano, mas principalmente um passo transformador da Arezzo&Co, porque iniciamos 2021 com um novo mercado, de vestuário masculino.” Segundo o executivo, o ano ainda foi coroado com a aquisição da Carol Bassi, de vestuário feminino. “Foi um ano muito importante, de transformação.”

As duas aquisições permitiram colocar em prática um plano antigo, que começou em 2015: o de fazer com que a Arezzo&Co seja uma empresa de moda. “Com forte penetração no mercado de calçados, decidimos que o modelo de negócio e a cultura da Arezzo&Co de sempre inovar poderiam ser replicados para o setor de vestuário.” A Reserva deverá vender mais de 8 milhões de peças de vestuário para homens das classes A e B neste ano. “Até 2021, éramos conhecidos como uma grande empresa de calçados e bolsas. Agora, somos uma grande empresa de moda, e isso somente foi possível por causa de nosso modelo de negócio.”

Dos 7 milhões de itens vendidos no primeiro tri - mestre de 2022, os de vestuário representaram 1,5 milhão de peças, um crescimento de 116% sobre os três primeiros meses de 2021. Os de calçados somaram 4,4 milhões, alta de 40% também sobre o mesmo período. Com a entrada no mercado de vestuário e a ampliação dos negócios, a Arezzo&Co se tornou uma "house of brands", com portfólio atual de 16 marcas, além de duas plataformas de venda on-line.

Outra estratégia agressiva diz respeito ao fornecimento de matéria-prima, cuja oferta caiu na pandemia e ainda não foi de todo recuperada. Esse deverá ser, segundo ele, um dos grandes desafios para o setor da moda. Na pandemia, o problema de falta de suprimentos foi contornado fazendo estoques estratégicos de insumos. A empresa deverá incluir em seu portfólio empresas na área de abastecimento do setor.

Fonte: Valor Invest

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