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Commodities: Alta do dólar derruba café na bolsa de Nova York


Suco de laranja e algodão também caíram, enquanto cacau e açúcar subiram O câmbio favorável às exportações do Brasil pressionou as cotações do café arábica na bolsa de Nova York nesta sexta-feira. Os contratos mais negociados, e de segunda posição, que vencem em setembro, recuaram 1,8%, a US$ 2,274 por libra-peso.

“Dólar forte e real desvalorizado pressionaram as cotações do café no dia”, disse Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria. Além disso, o leve aumento dos estoques da Associação de Café Verde (GCA, na sigla em inglês) também pesou sobre o mercado.

O volume de café verde armazenado nos portos dos Estados Unidos subiu de 5,9 milhões de sacas, no fim de abril, para 6 milhões de sacas ao término do mês passado.

O maior aumento nos estoques foi observado no porto de Houston, onde o volume passou de 781,2 mil toneladas para 845,8 mil. Já o maior recuo aconteceu no porto da Carolina do Sul, de 788,2 mil para 769,8 mil sacas.

No Brasil, a consultoria Safras & Mercado informou nesta semana que a colheita de café da atual safra alcançou 28% do volume total esperado até o dia 14 de junho. Na semana anterior, eram 24%. A Safras projeta 61,1 milhões de sacas de café no atual ciclo, com quase 18 milhões de sacas colhidas até agora.

Os trabalhos estão um pouco atrasados em comparação ao ano passado, quando 34% do total esperado havia sido colhido. A média dos últimos cinco anos para o período é de 36%.

Por outro lado, o clima mais seco continua favorecendo os trabalhos no campo.

O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês), por sua vez, registrou queda de 1,57% nos contratos para julho, a US$ 1,7275 por libra-peso, e recuo de 0,29% nos papéis para setembro, a US$ 1,72 por libra-peso.

No mercado de algodão, os papéis para setembro fecharam o dia com queda de 0,79%, a US$ 1,1829 por libra-peso.

A forte queda do petróleo na sessão desta sexta-feira pressionou as cotações da pluma. Os produtos têm correlação porque os tecidos sintéticos competem com os naturais, feitos de algodão.

A analista Daniele Siqueira, da AgRural, lembrou recentemente que os preços do algodão respondem mais rapidamente às variações do petróleo porque seus fundamentos mudam mais lentamente em relação a outras commodities agrícolas.

Uma melhora geral no mercado de ações nos EUA e na Europa deu suporte para a alta de 2,3% nos contratos mais negociados do cacau, que vencem em setembro e fecharam a US$ 2.433 por tonelada.

“Isso pode ajudar a aliviar as preocupações de demanda de curto prazo em ambas as regiões”, disse o Zaner Group, em relatório.

Na ponta da demanda, a moagem de cacau no Brasil cresceu 27,7% quando comparados os meses de abril e maio, para 17,95 mil toneladas, informou nesta semana a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). No acumulado do ano, o volume processado soma 87,4 mil toneladas, 6,46% menos do que o total moído nos cinco primeiros meses de 2021.

“Depois de um primeiro quadrimestre com quedas acentuadas na moagem, o que vemos agora é o início de uma recuperação. Seguimos com boas perspectivas para esse ano, apesar dos desafios do cenário econômico global”, afirmou a diretora-executiva da AIPC, Anna Paula Losi.

Por fim, os papéis do açúcar demerara para outubro, os mais negociados e também os de segunda posição de entrega, fecharam o pregão em Nova York com alta de 0,32%, a 18,73 centavos de dólar por libra-peso.

A previsão de superávit (oferta maior que demanda) de açúcar na safra global vigente pressiona as cotações, enquanto o encarecimento do petróleo nos últimos meses — queda de hoje à parte — oferece suporte para os preços.

A tendência de alta do petróleo sustenta os preços do etanol e dá condições para que as usinas brasileiras continuem priorizando o biocombustível, em detrimento do açúcar.

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