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Ramos acusa Lira de se aliar a Bolsonaro para tirá-lo da vice-presidência da Câmara

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Lira rebateu e afirmou que quem procurou outro Poder foi Ramos, ao recorrer ao Judiciário, e que o ex-aliado está atrás de “holofotes” O agora ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados Marcelo Ramos (PSD-AM) criticou hoje em plenário o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), por destituí-lo do cargo e o acusou de fazer isso a mando do presidente Jair Bolsonaro (PL). Lira rebateu e afirmou que quem procurou outro Poder foi Ramos, ao recorrer ao Judiciário, e que o ex-aliado está atrás de “holofotes”.

O embate ocorreu após Lira declarar vago o cargo de Ramos, por ele ter trocado o PL pelo PSD, e convocar eleição para substituí-lo, amanhã. O novo eleito terá que ser do PL e cinco nomes se candidataram para a disputa: Lincoln Portela (MG), Flávia Arruda (DF), capitão Augusto (SP), Fernando Rodolfo (PE) e Bosco Costa (SE).

Ramos subiu à tribuna da Câmara para discursar nesta terça-feira e disse que a decisão de Lira não foi regimental nem jurídica, mas política. “E uma decisão política perigosa porque atenta contra a liberdade e autonomia deste Poder. Quando o Executivo ataca a democracia é perigoso. Quando o Legislativo se consorcia com o Executivo para atacá-la é mortal”, afirmou.

O parlamentar do PSD disse que sofreu ameaças por se posicionar a favor da zona franca de Manaus e conseguir liminar na Justiça contra decisão do governo de cortar impostos que prejudicaria as empresas da região. “Não fui escolhido pelo povo do Amazonas para ser vice-presidente. Fui escolhido para defender os interesses do meu Amazonas”, rebateu.

O ex-vice disse que pretendia concorrer à presidência da Câmara em 2020, mas optou pela vice a pedido de Lira e que acredita ter construído uma boa relação com ele desde então, seguindo suas decisões e a dos líderes dos partidos quando assumiu o cargo em seu lugar.

“Presidente [Lira], o senhor não ganha um inimigo. Nem mesmo um adversário. Seguirei respeitando a vontade da maioria dos colegas que o legitima como presidente da Casa. O senhor sempre teve na mesa alguém disposto a ajudar o Brasil e o senhor seguirá tendo aqui embaixo no plenário, de onde eu nunca saí. Um deputado para ajudar o Brasil, mas um deputado independente e que não se dobra a caprichos de ninguém”, afirmou.

Lira não olhou nenhuma vez para Ramos durante o discurso e criticou a fala do parlamentar. Afirmou que seguiu o regimento interno da Câmara, que determina que os parlamentares que trocarem de partido perdem os mandatos de direção da Casa, e que 38 destituições ocorreram em cargos de vice e de presidente de comissões, “de maneira respeitosa e sem achincalhe”.

Ele citou que também foram destituídas a segunda e terceira secretárias, que não protestaram em plenário. “Em respeito a todos os senhores e senhoras não reagirei a nenhum tipo, de qualquer deputado dessa casa, de lacrações palanqueiras e de celeumas de redes sociais”, afirmou.

O presidente da Câmara negou ter tomado a decisão por interferência de outro Poder, mas Bolsonaro disse em transmissão nas redes sociais que pediu que Ramos perdesse o cargo por trocar de partido. “A única decisão monocrática que houve foi de pedido de liminar para que outro Poder interferisse nas decisões desta Casa”, disse.

Além da destituição da vice-presidência, o pano de fundo da briga entre Lira e Ramos é a disputa pela presidência da Câmara em 2023. Lira quer se reeleger, enquanto Ramos busca apoio para se viabilizar, principalmente em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Deputado Marcelo Ramos

Ana Paula Paiva/Valor

Fonte: Valor Invest

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