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Jornal da Manhã

Falta de saneamento afeta saúde das mulheres brasileiras, afirma estudo inédito

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Quando o assunto é saneamento básico, o Brasil tem muito o que evoluir. Abrir a torneira e ter água tratada e acesso a coleta de esgoto, por exemplo, não é a realidade para mais de 135 milhões de brasileiros. Uma pesquisa feita pelo Instituto Trata Brasil mostra como é o impacto especificamente para a população feminina. O levantamento cruzou dados da pesquisa nacional por amostra de domicílios do IBGE, da pesquisa nacional de saúde do IBGE e do DataSUS. Luana Preto, presidente executiva do Trata Brasil, alerta para a relação da falta de saneamento com a incidência de doenças ginecológicas. “O afastamento de mulheres devido a doenças de veiculação hídrica associados à falta de saneamento básico fez com que essas mulheres perdessem duas bilhões de horas produtivas de trabalho e também 760 milhões de horas de estudo por causa de afastamento devido a essas doenças. Então, é muito importante entender que a universalização dos serviços de água e esgoto reduziria em 63,4% a incidência de doenças ginecológicas”, diz.

O número de mulheres que moram em casas sem coleta de esgoto subiu de 26,9 milhões em 2016 para 41,4 milhões em 2019. Também aumentou o registro daquelas que não têm acesso à água tratada, passando de 15,2 milhões para 15,8 milhões de brasileiras. No mesmo período, o percentual de mulheres sem banheiro em casa cresceu 56%. O estudo aponta ainda que a falta de infraestrutura impacta na pobreza menstrual. As mulheres que não têm acesso à água tratada comprometem uma parcela maior de renda para compra de absorventes e coletores menstruais. O impacto é 36% superior do que aquelas que têm água encanada e coleta de esgoto. Para quem não tem banheiro em casa, o gasto é 64% maior. O estudo sugere que o acesso universal ao abastecimento de água e coleta de esgoto poderia tirar mais de 18 milhões de mulheres da condição pobreza.

Entre os brasileiros que vivem sem saneamento básico está a moradora de uma comunidade do Distrito Federal, a Poliana Feitosa, de 32 anos: “Nenhum ser humano vive sem água. Sem a luz, você vive, que você pega uma vela, pega qualquer coisa que ilumine. Agora, qual é o ser humano que vai viver sem água? E isso é o que a gente bate na tecla direto, pedindo para os governantes que entram, que saem, que olhem pela gente. É simplesmente o que a gente pede, é dignidade”, comenta.

*Com informações da repórter Carolina Abelin

Fonte: Jovem Pan

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