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Mercado de casas de veraneio está superaquecido

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Nos últimos 2 anos, imóveis na Costa Verde e na Região dos Lagos registraram aumento da procura e de lançamentos. Demanda por melhor qualidade de vida é fator decisivo O sonho de ter uma casa na praia está se tornando uma realidade cada vez mais frequente para muitos cariocas, em especial de 2020 para cá. O interesse e a aquisição de imóveis em balneários na Costa Verde e na Região dos Lagos no estado do Rio de Janeiro cresceu nos últimos anos em virtude do maior desejo das pessoas por residências espaçosas, comunhão com a natureza e mais qualidade de vida — reflexos diretos da pandemia no comportamento de consumo do mercado imobiliário.

Na região que compreende Angra dos Reis e Paraty, por exemplo, a procura de casas de alto padrão — seja para uso diário ou second home — aumentou mais de 50% em 2021 na comparação com o ano anterior, conforme dados da agência imobiliária Where in Rio.

“Esse mercado está em alta, com grande interesse por residências mais amplas, com áreas externas e verdes, próximas ao mar”, explica Fredéric Cockenpot, fundador e diretor da empresa. Ele alega que a possibilidade do trabalho remoto tem feito muitos de seus clientes optarem por moradias fixas no litoral. “O regime híbrido incentivou as pessoas a buscarem um estilo de morar mais agradável.

”A facilidade de acesso ao litoral sul do Rio atrai também muitos investidores de São Paulo e estrangeiros, segundo Cockenpot. O câmbio desvalorizado tem ajudado a fechar negócios com compradores vindos de Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e França. “Tenho clientes de Nova York que vêm para cá fugindo do inverno de lá e ficam seis meses por ano, mantendo a rotina de trabalho mesmo à distância”, informa.

Condomínios de alto luxo, como o Portobello, são os mais desejados, com média de 15 a 20 visitas de potenciais compradores por mês. Por contar com acessos aéreo e marítimo exclusivos e o fato de contar ainda com um resort associado, o empreendimento passou por elevação das vendas no último ano. “Em 2021, vendemos todas as casas já construídas que tínhamos disponíveis”, conta o empresário Carlos Borges, fundador do Portobello.

No total, o Portobello conta com 400 lotes avaliados entre R$ 1,2 milhão e R$ 3 milhões. Desses, 50% já têm residências. No final do ano passado, o empresário ainda lançou um conjunto de nove propriedades prontas, o Casas Montibello, em uma parcela ainda mais premium do condomínio, com preços de até R$ 6,5 milhões. Cinco meses depois, um terço das residências já tem dono.

No lado oposto do estado, Búzios tem observado um boom de lançamentos de condomínios residenciais. O mais grandioso deles, o Aretê, ocupa uma área de seis milhões de metros quadrados e contará com aeroporto para jatos executivos, clube esportivo, pista de ciclismo de estrada, marina particular, boulevard de lojas e um hotel.

Os bolsões residenciais ficam ao redor da marina e do campo de golfe, com cerca de 300 unidades à venda, entre lotes e casas prontas. O VGV estimado do empreendimento, gerido pelo Opportunity FII, é de R$ 2 bilhões. Segundo Jomar Monnerat, gestor do fundo, a valorização dos terrenos no Aretê chega a 70%. Na época da pandemia, revela ele, o ritmo das vendas chegou a ser três vezes maior do que no lançamento, em 2019.

Conforme análise da Secovi-Rio, tanto Angra dos Reis, quanto Búzios registraram valorização dos imóveis por consequência do aumento da demanda. O preço do metro quadrado das casas em Angra, por exemplo, saltou de R$ 5.489 para R$ 6.743 (22,8%), entre março de 2020 para o mesmo mês deste ano. Já em Búzios, nos últimos nove me-ses, a valorização foi de 4,3%.

Fenômeno se repete no litoral paulista

Em Ilhabela, venda de casas de luxo aumentou cinco vezes. Na praia da Baleia, em São Sebastião, procura por imóveis está 90% acima da média da região

Casas em costeiras são as mais valorizadas em Ilhabela (SP), por conta da privacidade e segurança extras

CAPELA ARQUITETURA/DIVULGAÇÃO

Assim como vem acontecendo nos balneários mais badalados do litoral fluminense, o mercado imobiliário nas praias do norte da costa paulista também vive momento de efervescência. As razões são idênticas, com muitos paulistanos fugindo do estresse da capital para viver com mais qualidade com os pés na areia.

Ilhabela é um bom exemplo. Ali, as casas de alto padrão disponíveis — localizadas especificamente nas extremidades da ilha — tiveram as vendas multiplicadas por cinco no ano passado. “Esse mercado só vem crescendo, com uma rotatividade muito grande dos imóveis mais caros”, diz Luiz Armando dos Santos, sócio da Capela — Imobiliária e Arquitetura, sediada em uma charmosa casa à beira-mar na praia do Perequê.

Ele explica que muitos paulistanos trocaram a capital pela praia nos últimos anos, seja adquirindo uma propriedade ou transformando a casa de veraneio da família em residência principal. No portfólio da empresa, os imóveis nas costeiras são os mais valiosos por conta da privacidade que oferecem, com preços que podem chegar a R$ 25 milhões.

No continente, a praia da Baleia sempre foi conhecida como reduto de famílias endinheiradas do estado e destino preferencial de quem busca uma orla mais segura e reservada. Com a crise sanitária, esse apelo se acentuou ainda mais, o que fez a procura por imóveis ali crescer 90%.

“É um dos pontos mais valorizados do litoral norte de São Paulo”, afirma Cristina Borges de Oliveira Ibañez Soares, gerente da Modesti Imóveis, especializada na região. Segundo ela, a alta na demanda por imóveis na Baleia e em praias vizinhas, como Juquehy e Camburi, tem levado a uma escassez de terrenos para novas construções, o que tem aquecido o mercado de imóveis usados.

“Tivemos um cliente no ano passado que, por não achar áreas livres para construção na Baleia, comprou uma casa de frente para o mar por R$ 30 milhões, mandou derrubar tudo e construiu uma nova”, conta.

Fonte: Valor Invest

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