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Contágios de Covid-19 em Pequim provocam temor de confinamento e compras de emergência

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Enquanto a China tenta conter uma onda de contágios por Covid-19 em Xangai, a maior cidade do país, onde quase 25 milhões de habitantes estão em confinamento há várias semanas – no fim de semana circularam imagens nas redes sociais que mostravam autoridades fechando a entrada de edifícios com chapas de metal -, os moradores de Pequim já começaram a se preparar para um possível “duro confinamento”. Atualmente, quase 30 complexos residenciais da cidade enfrentam alguma forma de restrição. As academias da cidade cancelaram aulas ou suspenderam as atividades. Pequim, com 22 milhões de habitantes, também anunciou controles severos para a entrada na cidade, que incluem a apresentação de testes negativos de Covid-19.

Para se preparar, caso o confinamento atinja toda a população, compras de emergência, principalmente de produtos básicos, foram realizadas no domingo, 24, após o anúncio das autoridades chinesas para que a população seja testada para coronavírus. Os aplicativos de entrega também foram acionados e no final da noite muitas mercadorias se esgotaram, mas nesta segunda-feira os estoques foram reabastecidos. Zhao, morador de Pequim, comprou várias sacolas de mantimentos, incluindo ovos e legumes, depois de ouvir a ordem sobre os testes contra a Covid. Ele quer ter certeza de que o filho pequeno terá alimentos suficientes se a família receber a ordem para permanecer em casa. “Os adultos podem sobreviver alguns dias, mas não é a mesma coisa para as crianças”, comentou Zhao.

As filas para o teste de coronavírus eram longas ao redor dos prédios comerciais, e Chaoyang, que possui 3,5 milhões de pessoas, ordenou que as pessoas que moram ou trabalham lá, onde ficam os escritórios de várias multinacionais e embaixadas, sejam testadas. “Se apenas um caso for detectado, toda esta área pode ser afetada”, disse Yao Leiming, de 25 anos e que trabalha no distrito. Nesta segunda-feira, 25, o Ministério da Saúde informou 51 mortes por Covid-19 na capital econômica do país, um recorde para a cidade que enfrenta dificuldades para fornecer alimentos frescos às pessoas confinadas, enquanto os pacientes relatam problemas de acesso a atendimento médico para outras doenças.

A capital chinesa registrou dezenas de contágios na última semana, incluindo 19 casos novos nesta segunda, depois das advertências de que o vírus circulou por vários dias na cidade sem ser detectado. Mas os números de Pequim são insignificantes quando comparados com os de Xangai, que registrou mais de meio milhão de contágios desde 1º de março e tenta conter o maior surto do vírus em dois anos com a política de "covid zero", que inclui confinamentos severos, testes em larga escala e restrições de viagens. As autoridades consideram que a estratégia ajudou a China a evitar os grandes colapsos do sistema de saúde observados em outros países durante a crise de covid, mas ao mesmo tempo as consequências afetaram com força as empresas e os moradores. A situação sanitária na China, junto com a mudança na política monetária nos Estados Unidos, afetou as bolsas de valores e os mercados globais operavam em queda. As ações chinesas eram negociadas no vermelho, com o índice Hang Seng caindo 3,85%, o Shanghai Composite Index perdendo 5,13% e o segundo mercado da China, Shenzhen, despencando 6,48%.

Fonte: Jovem Pan

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