Centro Democrático vai escolher um único candidato em 18 de maio, afirma Tebet

Centro Democrático vai escolher um único candidato em 18 de maio, afirma Tebet
A senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB à Presidência da República, reiterou hoje que o Centro Democrático, como vem sendo chamada a terceira via, vai chegar a um nome, em 18 de maio, para concorrer ao Planalto e que essa escolha será feita pelos partidos que integram a aliança – União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania – com base em pesquisas de intenção de voto.

“As regras [para a escolha do nome do Centro Democrático] serão definidas pelos presidentes dos partidos. Eu, João Doria [PSDB], Luciano Bivar [União Brasil] somos os pré-candidatos desse centro. Demos uma procuração simbólica aos presidentes dos partidos para analisarem, com base nas pesquisas qualitativa e quantitativa, quem será o nome”, disse a senadora hoje ao participar de painel do Brazil Conference, evento organizado por estudantes em Boston, nos Estados Unidos.

Simone Tebet

Reprodução / Youtube

No começo da fala, a senadora disse que o Brasil vive hoje tempos difíceis. “Estamos diante de retrocessos e não podemos ficar omissos”, afirmou Tebet.

Segundo ela, “quem quer apoio tem que estar disposto a dar apoio”. Ela disse se sentir preparada para liderar uma “legião” que não quer nem o atual governo, nem voltar ao passado, com a escolha do PT. “Hoje temos absoluta certeza que o Centro Democrático no dia 18 de maio estará escolhendo um único pré-candidato à Presidência da República”, afirmou.

A senador disse acreditar que todos os integrantes do Centro Democrático vão seguir a regra fixada, para a escolha de um único candidato, e previu: “Estaremos no palanque unidos.”

Ela prosseguiu: “O que queremos é o bem do Brasil. O Centro Democrático tem um único objetivo: dar uma alternativa à população brasileira. Não é possível seguir com essa polarização ideológica. É preciso pacificar a política brasileira para termos estabilidade econômica, segurança jurídica e voltarmos a crescer, gerar emprego, renda, e tirar o Brasil do mapa da fome, da miséria e da desigualdade social.”

Perguntada como vai ser possível unir partidos e candidatos com tantas diferenças, Tebet respondeu: “Os partidos são a cara do brasil, mas o país mostra que quer uma alternativa de poder. Há uma franja grande de eleitores de Bolsonaro que votam nele porque não querem votar em Lula. Da mesma forma que há franja de eleitores de Lula que não querem continuar com esse desgoverno do atual presidente da República. Um presidente que tem 50%, 55% de rejeição está no segundo turno por quê? Porque o Centro Democrático ainda não apresentou seu candidato”, disse Tebet.

A senadora foi confrontada com a afirmação de Moro, que participou ontem do Brazil Conference, que era ele, o ex-juiz, que melhor pontuava, na terceira via, nas pesquisas de intenção de voto. Tebet respondeu: “Moro não é, por enquanto, o pré-candidato do União Brasil, que vai ter um pré-candidato, que é Luciano Bivar. Ainda não chegamos a apresentar qual é a cara do centro democrático. Isso está sendo discutido e construído. Estamos no período pré-eleitoral”, disse a senadora.

Ela avaliou que hoje o Centro Democrático não pontua mais nas pesquisas de intenção de voto porque “não tem rosto, não tem nome, nem sobrenome”. “Mas teremos”, afirmou.

Ela disse que os partidos da aliança estão entre os maiores do Brasil. Afirmou que o MDB é um partido com capilaridade, que tem maior o número de prefeitos, vereadores e filiados do país. “Temos condições de conviver na divergência e, o que importa, é que o presidente do partido [Baleia Rossi], junto com a Executiva, está dentro desse grupo e disse que teremos pré-candidato do Centro Democrático”, disse Tebet.

Ela lembrou que chegaram a existir sete pré-candidatos do centro, número que agora caiu para três. “Doria vai dizer que é candidato até o fim, o mesmo que Bivar, mas todos temos um pacto a favor do Brasil”, afirmou.

Segundo ela, os pré-candidatos estão deixando de lado os interesses pessoais e partidários em busca de algo maior: “O que interessa é o Centro Democrático estar no segundo turno por uma razão simples: porque a polarização exacerbada e o segundo turno entre Bolsonaro e Lula vão levar o segundo turno das eleições para dezembro de 2026. O Brasil não pode continuar vivendo nessa polarização. É preciso a pacificação política para que possamos fazer o que precisa ser feito que é fazer com que, mediante políticas públicas, o país cresça e erradique definitivamente a miséria e reduza a pobreza.”

No painel, Tebet também falou sobre Amazônia. Disse que a Amazônia Legal cobre 60% do território brasileiro, embora o atual governo não acredite no “potencial” da região, afirmou. Segundo ela, o governo quer “passar a boiada” na questão ambiental, mas não vai conseguir fazê-lo no Senado Federal.

Criticou ainda o governo Bolsonaro pela atuação na pandemia e disse que o país voltou a entrar no mapa da fome. “Temos cinco milhões de crianças dormindo com fome no Brasil”, disse.

Tebet também destacou a importância da educação como investimento para o país se desenvolver, mas reconheceu que os resultados nessa área só aparecem a médio prazo. Ela também criticou o sistema tributário afirmando que 10% da população mais rica paga 12% de impostos indiretos, enquanto os 10% mais miseráveis pagam, indiretamente, algo como 26%. Defendeu ainda a importância de se aprovar a reforma tributária.

Ela também criticou o governo Bolsonaro pela flexibilização no acesso da população a armas. “É preciso defenestrar o presidente da República que emite decretos inconstitucionais para permitir o acesso [da população] a armas”, disse.