O embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Labetskiy, falou que a operação militar na Ucrânia busca garantir direitos de russos descendentes na Ucrânia, se propor a desmilitarizar o país e defender direitos de estados como Lugansk e Donetsk, regiões separatistas que teriam assinado acordos com a Ucrânia que não foram respeitados, bem como garantir a segurança da Rússia, que estaria comprometida, segundo ele, principalmente pelo avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a possibilidade da Ucrânia fazer parte desse organismo. “Eu estou convencido que nós podemos e devemos dar a resposta adequada a essas políticas russofóbicas, se não dizer racistas, e que nós vamos encontrar as soluções viáveis, que já começamos a empreender”, disse no Senado Federal na última terça-feira, 5.
Labetskiy ainda afirmou que os russos estão sendo igualmente atacados e que o conflito também é marcado por violência por parte dos ucranianos. “Nós temos 30 estados membros e a estrutura belicista e ofensiva a se aproximar das nossas fronteiras. Então essas promessas nunca foram cumpridas e esta é uma ameaça real à segurança e à estabilidade do nosso país”. O embaixador respondeu que não pode prever o que acontecerá daqui em diante, mas garantiu que a "operação especial" da Rússia um dia terá fim.
O objetivo dos senadores com a audiência é saber detalhes sobre o conflito diretamente dos representantes dos países e analisar as consequências da crise internacional. A senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da comissão onde o embaixador foi ouvido, destacou a importância das relações comerciais e falou de como a guerra afeta o Brasil. “Além do preço dos fertilizantes, também dos combustíveis. Até que se restabeleça novos contatos, novos comércios, novos países vendedores, isso tudo causa muito prejuízo ao Brasil”, disse ela. A senadora afirmou que o país defende o cessar fogo. Outros senadores também se manifestaram, argumentando a necessidade da suspensão imediata das hostilidades no leste europeu. Nesta quarta-feira, 5, a Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal ouve o chanceler brasileiro Carlos França. Também está agendado o depoimento do encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach. Ele deve falar sobre a crise humanitária e como os outros países ainda podem ajudar.
*Com informações da repórter Katiuscia Sotomayor
Fonte: Jovem Pan