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Perdizes vive um boom imobiliário

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Mobilidade facilitada, rede de serviços e opções de lazer fazem do bairro um dos mais valorizados da capital Quem caminha pelas ladeiras arborizadas do bairro de Perdizes, na Zona Oeste da capital paulista, depara-se com dezenas de edifícios em construção ou estandes de lançamento — não raro, um diante do outro. Apreciado pela qualidade de vida, o lugar vive um momento de superaquecimento imobiliário e teve valorização de 6,3% no preço dos imóveis no ano passado. E os especialistas do mercado indicam que a tendência é continuar em ascensão.

A explicação para essa efervescência é a combinação de infraestrutura de serviços, mobilidade e opções de lazer e educação, o que faz o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do bairro ser o mesmo da Noruega (0,957), atraindo os mais diferentes perfis de morador.

“É um bairro que "abraça" todo mundo e agrada a pessoas de estilos de vida diversos. Tem metrô, ônibus e ciclovia e acesso a importantes vias da cidade, como as avenidas Paulista, Pacaembu e Sumaré, e a Marginal Pinheiros”, explica a sócia-diretora Comercial da Bossa Nova Sotheby's International Realty, Renata Victorino.

A Linha 6 Laranja do metrô paulistano deverá ser entregue em 2025 e contará com duas estações no bairro: PUC-Cardoso de Almeida e Perdizes. Para o diretor de Marketing e Inteligência de Mercados da Trisul Construtora, Lucas Araújo, esse foi um dos motivos que fizeram aumentar os lançamentos. “Os preços dos imóveis também foram corrigidos, principalmente nos arredores dos acessos ao metrô e próximos à Avenida Sumaré e à Vila Madalena”, explica.

Em janeiro deste ano, o valor médio do metro quadrado era de R$ 10,9 mil, de acordo com FipeZap, e chega a custar R$ 17 mil nos empreendimentos de alto padrão. A Trisul tem pelo menos quatro empreendimentos nessas zonas mais valorizadas, com plantas que vão de estúdios de 25 metros quadrados, para jovens estudantes e investidores, a espaços mais amplos, de 158 metros quadrados, no edifício Tucuna 250, de quatro suítes e foco em famílias.

Quem também trabalha com um mix variado de produtos no bairro é a construtora Exto. Curiosamente, a empresa lançou dois empreendimentos (Upper East e Upper West), um diante do outro, na Rua Minerva. O primeiro tem apartamentos de 142 metros quadrados e quatro suítes, uma delas podendo ser transformada em home office.

Já o edifício West, de inspiração nova-iorquina, oferece opções de 41 a 85 metros quadrados, estas pensadas para casais com filhos pequenos que não abrem mão do lifestyle urbano. “Em seis meses, 65% das unidades foram vendidas, das quais 30% foram compradas por investidores, que estão, cada vez mais, atraídos para o bairro”, afirma o diretor Comercial da Exto, Lourenço Sardinha.

No segmento de alto padrão, a Cyrela finca sua bandeira no bairro com o Maison, com residências de até 162 metros quadrados, coberturas duplex, quadra de beach tennis e duas piscinas (coberta e descoberta). “Perdizes é um bairro em plena ascensão e alinhado a todos os conceitos da Cyrela, de luxo, design e modernidade”, afirma Piero Sevilla, diretor de Incorporação da companhia.

TUDO PERTO

Quem vive na localidade costuma enaltecer a proximidade da rede de serviços e de lazer disponível no bairro. Escolas tradicionais, hospitais vizinhos, supermercados e dois shopping centers nos arredores — West Plaza e Bourbon Pompéia — são pontos valorizados por corretores e moradores. O bairro ainda faz divisa com a Vila Madalena, reduto cultural e gastronômico da cidade.

Outro plus é o Parque da Água Branca: fundado em 1929, conta com picadeiro de equitação e feirinha orgânica com café da manhã só de produtos naturais aos domingos. Já o Parque Allianz, o moderno estádio de futebol do Palmeiras encravado no bairro, tornou-se endereço badalado de shows de música e eventos nacionais e internacionais. E a própria Avenida Sumaré, com ciclovia e calçadão entre as pistas, funciona como um parque linear urbano, muito procurado por esportistas.

“Perdizes tem grandes oportunidades para quem deseja investir porque ainda não atingiu todo o seu potencial”, afirma Fábio Romano, CEO da Gafisa. Ele tem um exemplo da valorização crescente do bairro em seu portfólio. O V.Cinquo, na rua Aimberê, lançado há três anos com valor de R$ 11,5 mil o metro quadrado, agora vale R$ 15 mil, apenas R$ 3 mil abaixo da média encontrada em Vila Madalena.

Ladeiras e ruas locais têm História e origem curiosa

Perdizes conserva sua identidade, o que torna o bairro ainda mais charmoso

Inauguração da PUC-SP. O conjunto arquitetônico colonial é considerado patrimônio histórico de São Paulo

Arquivo Nacional

A origem do nome Perdizes é curiosa. Em 1850, o conhecido comerciante Joaquim Alves Fidelis resolveu criar perdizes, ave muito apreciada como alimento pelos europeus que moravam na cidade, na sua chácara onde hoje fica o Largo do Padre Péricles. A atividade levou o bairro a ser batizado informalmente de Campo das Perdizes. Somente em 1897, a região passou a fazer parte do mapa oficial de São Paulo com o nome Perdizes.

O bairro conserva sua identidade também por meio de diversas edificações de valor histórico. O conjunto de edifícios de arquitetura colonial da Pontifícia Universidade Católica (PUC), onde ficavam a Capela e o Convento das Carmelitas Descalças, é considerado patrimônio histórico de São Paulo.

O Sino da Independência do Brasil, no campanário da Igreja São Geraldo, que anunciou a emancipação do Brasil de Portugal, foi tombado em 1972. E a própria igreja tem suas relíquias, como um conjunto de vitrais, alguns produzidos pela Casa Conrado, o primeiro ateliê de vitrais do Brasil.

O Colégio Santa Marcelina, de 1927, é outra construção que chama a atenção por sua arquitetura em estilo gótico, tombada em 2018. Na mesma época, mais de 30 casas e sobrados, a maioria nas ruas Turiassu, Itapicuru, Homem de Melo e Cândido Espinheira, também se tornaram patrimônios históricos pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo.

Fonte: Valor Invest

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