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Foco do debate na sessão sobre economia global – da qual participaram o ministro e o presidente do BC, Roberto Campos – foi sobre estratégias de saída dos programas de estímulos adotados na pandemia O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G20 que o Brasil está preparado para o crescimento, segundo fontes. O encontro híbrido (presencial e virtual) de dois dias termina nesta sexta-feira (18).O foco principal do debate da sessão sobre economia global – da qual participaram Guedes e o presidente do BC, Roberto Campos – foi sobre as estratégias de saída dos programas de estímulos adotados para atenuar a crise na pandemia.A preocupação no grupo das maiores economias é de se ter uma saída cuidadosa dessas medidas de apoio. Segundo fontes, a maioria dos países do G20 concorda com redução dos estímulos e normalização gradual das taxas de juros. A posição brasileira, segundo fontes, tem sido de apoio à normalização dos juros, gradualmente e bem comunicada. Guedes tem dito em reuniões internacionais que muitos bancos centrais estão “dormindo no volante”, desatentos aos perigos da inflaçãoCristiano Mariz/O GloboObservadores notam que Guedes tem afirmado em reuniões internacionais que muitos bancos centrais estão “dormindo no volante” – ou seja, não estão tão atentos aos perigos da inflação como deveriam. Desta vez, o ministro não repetiu isso no G20 presidido pela Indonésia. Ele focou em certas questões globais e procurou usar o Brasil como exemplo. Guedes relatou às outras autoridades econômicas que o Brasil começou a retirar os estímulos no ano passado, ao mesmo tempo que continuou a agenda de reformas, seguiu na agenda do PPI, atraindo um volume recorde de investimentos para infraestrutura, avançou na agenda de governo digital, procurando reduzir burocracia e melhorando o ambiente de negócios etc. Pelo relato de Guedes no G20, o resultado é um Brasil mais resiliente, mencionando “o melhor resultado primário em quase uma década”, e preparado para o crescimento. Em seu mais recente levantamento, o banco UBS projeta crescimento de 0,6% para o Brasil neste ano, comparado a 2,6% no México, 3,0% na Rússia, 3,2% na África do Sul, 3,8% na Turquia, 5,4% na China e 8,2% na Índia.A Indonésia coordena o comunicado dos ministros e de presidentes de BCs e considera “imperativo que os países-membros do G20 mostrem liderança no apoio à recuperação econômica mundial, bem como no fortalecimento da coordenação nos setores financeiro e de saúde. Isto, de fato, é alcançar uma recuperação sustentável e inclusiva", conforme um comunicado feito em Jacarta. Para a presidência indonésia do grupo das maiores economias do mundo, embora os últimos trimestres tenham visto um crescimento positivo, uma série de riscos continua a pairar sobre a economia global. Além disso, o surgimento de novas variantes da covid-19, como a ômicron, e a distribuição desigual de vacinas colocaram desafios para a recuperação econômica. "A discussão do G20 Finance Track buscará uma estratégia de recuperação econômica de longo prazo para melhor prevenção, preparação e resposta a potenciais pandemias futuras", segundo a Indonésia. Na reunião que termina nessa sexta, as autoridades discutem também esquemas de alívio da reestruturação da dívida dos países pobres, para fortalecer a resiliência financeira desses países.